EUA confirmam extensão de 90 dias de licença para Huawei
Washington, 19 ago (EFE).- O Governo dos Estados Unidos vai estender por outros 90 dias a licença de sanções para que a empresa chinesa Huawei compre suprimentos de empresas americanas, segundo confirmou nesta segunda-feira o secretário de Comércio, Wilbur Ross, em entrevista à emissora "Fox".
A decisão foi tomada um dia depois de o presidente Donald Trump descrever a Huawei como uma ameaça para a segurança nacional dos Estados Unidos.
Em maio, Trump ordenou ao Departamento de Comércio que colocasse a Huawei na lista de empresas estrangeiras com restrições a negócios nos Estados Unidos e poucos dias depois, o mesmo ministério anunciou que as restrições ficariam suspensar por 90 dias a partir de 20 de maio.
"Algumas companhias dependem da Huawei", explicou Ross hoje para justificar a moratória. "Por isso, demos um pouco mais de tempo para que se desvinculem".
A decisão posterga a aplicação de medidas contra a Huawei até aproximadamente 19 de novembro. O presidente Trump também postergou até dezembro a aplicação de novas tarifas sobre centenas de bilhões de dólares em importações desde a China.
Tal licença permite que a Huawei e suas empresas filiais evitem por enquanto o veto anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que lhe impediria de trabalhar com os fabricantes de microprocessadores americanos e com a Alphabet, da qual depende seu acesso ao Google Play e portanto aos aplicativos desenhados para Android que não usam código aberto.
No domingo, o presidente Trump afirmou que seu Governo não quer fazer negócios com a Huawei por considerar que essa companhia é uma "ameaça para a segurança nacional".
"Neste momento, parece muito mais que não vamos fazer negócios. Não quero fazer negócios em absoluto, porque é uma ameaça à segurança nacional", insistiu.
Em sua entrevista à "FOX", Ross indicou que o Departamento de Comércio acrescentou outras 46 subsidiárias da Huawei submissas às restrições comerciais.
"Temos agora mais de 100 subsidiárias na Lista de Entidades", disse Ross, que explicou que a adição de empresas "dificulta para Huawei driblar as sanções".
A aplicação de sanções afeta o lançamento do novo celular Huawei Mate 30 com o sistema operativo Android e a firma chinesa indicou que de todos formas colocará o produto no mercado, mas com o novo sistema operativo da Huawei chamado Harmony OS.
O veto impediria à Alphabet, a empresa matriz do Google, seguir outorgando licenças aos produtos Huawei e levaria os principais fabricantes de componentes eletrônicos americanos a romperem relações comerciais com a Huawei.
Antes da divulgação em maio da moratória, as companhias de processadores Intel, Qualcomm, Xilinx e Broadcom, a alemã Infineon Technologies e os fabricantes de chips de memória Micron Technology e Western Digital anunciaram a cessação de seus provisões à Huawei em cumprimento da ordem de Trump.
Mas em junho, durante a cúpula do G20, na qual Trump se reuniu com o colega chinês, Xi Jinping, ambos acordaram uma trégua na guerra comercial pela qual Washington freou a imposição de novas tarifas à China e permitiu certas trocas com a Huawei.
Em 22 de julho, após uma reunião com Trump, os diretores do Google, Intel, Cisco, Qualcomm, Micron, Broadcom e Western Digital pediram ao Governo que tomasse uma decisão sobre a atividade comercial da Huawei nos EUA, segundo anunciou então a Casa Branca. EFE
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.