Indígenas pedem volta de subsídio a gasolina ou manterão protestos no Equador
Quito, 13 out (EFE).- O líder do movimento indígena do Equador, Jaime Vargas, pediu neste domingo ao presidente do país, Lenín Moreno, que revogue o decreto que elimina o subsídio estatal sobre a compra de combustíveis, caso contrário determinará a continuidade dos protestos que já duram 11 dias.
"Está nas suas mãos, presidente, recuperar a pátria. Temos sob nossa responsabilidade a dignidade de um país que nos reconhece como seu legítimo interlocutor. Não vamos negociar essa dignidade", disse Vargas no início das negociações com governo do Equador.
O diálogo está sendo realizado em um colégio no sudeste de Quito. As negociações, mediadas pela Conferência Episcopal e pela missão da ONU no Equador, começaram com um minuto de silêncio pelas pessoas que morreram na onda de protestos que começou no dia 3 de outubro.
Moreno respondeu que quer discutir com os indígenas formas para que o dinheiro economizado pelo governo com o fim dos subsídios seja destinado para os mais pobres e sugeriu que essa será uma missão de uma comissão bilateral que analisará propostas para resolver o impasse.
A única coisa que Moreno disse não estar disposto a fazer é dialogar com simpatizantes do ex-presidente Rafael Correa, de quem foi vice-presidente por um mandato, a quem responsabilizou pela crise que afeta o país.
"Não vou conversar em um único momento com os correístas", reiterou Moreno.
O vice-presidente da Conferência Episcopal, Luis Cabrera Herrera, elogiou Moreno e os líderes indígenas por terem topado o diálogo sob mediação da Igreja Católica e da ONU.
"Em nome do povo equatoriano parabenizamos vocês pela sensibilidade social e pela decisão de enfrentar com serenidade, sinceridade e realismo os grandes desafios que estamos vivendo. Juntos, vamos buscar com sabedoria as soluções apropriadas", afirmou.
Já o coordenador da missão da ONU no Equador, Arnaud Peral, comemorou o desejo das duas partes de se entender.
"O Equador sofreu muito e chegou o momento da reconciliação, de deixar para trás a violência e o ódio", disse Peral. EFE
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