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Rússia devolve para Ucrânia os três navios capturados em 2018 no Mar Negro

18/11/2019 13h47

Moscou, 18 nov (EFE).- A Rússia devolveu nesta segunda-feira à Ucrânia os três navios da Marinha ucraniana, capturados em novembro do ano passado, no incidente naval nas proximidades da Crimeia, no Mar Negro, de acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores russo.

A entrega ocorreu em águas neutras, perto da costa leste da península da Crimeia e, segundo fontes oficiais ucranianas, os navios agora seguem para o porto de Odessa depois de atravessarem ontem a ponte que separa os mares Negro e de Azov.

O comunicado da Chancelaria russa lembra que a apreensão dos navios - os barcos de artilharia "Berdyansk" e "Nikopol" e o rebocador "Yany Kapu" - foi resultado de uma "provocação intencional" de Kiev.

A Rússia insiste que a Ucrânia violou a soberania russa ao atravessar ilegalmente a fronteira e ameaçou a vida dos 24 tripulantes dos navios, que foram baleados por guardas costeiros russos.

"A Rússia pretende continuar cortando qualquer provocação perto de suas fronteiras, entre outras coisas, para garantir a navegação segura", afirmou o comunicado.

Já o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia afirmou que uma delegação estará presente na próxima quinta-feira na primeira audiência no Tribunal Permanente de Arbitragem, em Haia, sobre a lei do mar que abordará a violação da imunidade dos três navios apreendidos pela Rússia e suas tripulações.

O presidente ucraniano, Vladimir Zelenski, que teve o apoio do Ocidente em sua demanda pela devolução dos navios, já cumpriu sua promessa eleitoral de garantir a libertação de seus 24 tripulantes, que retornaram à Ucrânia após uma troca feita com a Rússia no mês de setembro.

A libertação dos navios ocorre dias após o anúncio da cúpula dos líderes da Ucrânia, Rússia, França e Alemanha, conhecida como "formato de Normandia", que será realizada no dia 9 de dezembro, em Paris, que tem como objetivo resolver o conflito no leste ucraniano.

As tensões na costa da Crimeia dispararam no final de novembro do ano passado, quando três navios ucranianos foram apreendidos por guardas costeiros russos por supostamente violarem as águas territoriais da Rússia. Logo depois, Kiev acusou Moscou de "agressão" e declarou o estado de emergência em dez regiões do país.

Apesar da unânime condenação internacional, o presidente russo Vladimir Putin defendeu o uso da força contra navios ucranianos, baleados por guardas costeiros russos. EFE