Em missa, Papa Francisco condena a exploração sexual na Tailândia
Cristina Cabrejas.
Bangcoc, 21 nov (EFE).- O papa Francisco celebrou nesta quinta-feira uma missa em Bangcoc, na Tailândia, em que denunciou o turismo sexual no país e o que classificou como o flagelo da prostituição, que expõe meninos, meninas e mulheres.
O pontífice desembarcou ontem em solo tailandês, para uma visita de três dias, antes de parir para o Japão. No estádio Rajamangala, o papa falou para cerca de 60 mil fiéis e deixou clara a preocupação com a situação no país, que tem pouco menos de 400 mil católicos.
"Os meninos, as meninas e as mulheres expostas a prostituição e ao tráfico, ficam desfigurados na dignidade mais autêntica", afirmou Francisco, diante do grande público.
Antes disso, o papa já havia abordado o assunto durante encontro com o primeiro-ministro da Tailândia, o general Prayuth Chan-ocha, realizado antes da celebração no estádio.
"Mulheres e crianças estão particularmente vulneráveis, violentadas e expostas a todas as formas de exploração, escravidão, violência e abuso", disse o líder católico, que afirmou reconhecer esforços das autoridades locais para acabar com o flagelo.
No país, em que a prostituição é considerada crime, organizações de defesa dos direitos humanos apontam que entre 200 mil e 300 mil pessoas sejam exploradas sexualmente. O número de menores de 18 anos pode chegar a 40 mil.
Na homília, o pontífice falou também do alto número de migrantes da região, pedindo atenção das autoridades locais para o que classificou como um dos "principais problemas morais da nossa geração".
"A crise migratória não pode ser ignorada. A Tailândia sempre foi conhecida pela acolhida que brindou migrantes e refugiados, está encarando uma crise, devido a trágica fuga de países vizinhos", afirmou Francisco.
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Human Right Watch, recentemente, denunciaram as condições dos paquistaneses cristão e dos muçulmanos da minoria ahmadi, que estão tendo recusados os pedidos de asilo pelo governo tailandês, depois de fugirem por causa de perseguição pela fé. EFE
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