Tribunal condena à morte ex-presidente paquistanês Pervez Musharraf
Islamabad, 17 dez (EFE).- O ex-presidente do Paquistão Pervez Musharraf foi condenado à morte nesta terça-feira por um tribunal do país devivo ao crime de alta traição, cometido ao suspender a Constituição e impor um estado de emergência em 2007.
"Um tribunal especial formado por três juízes condenou Musharraf à morte em Islamabad. A corte determinou que ele cometeu alta traição. Agora, temos o direito de recorrer contra a decisão ao Tribunal Supremo", explicou Azhar Siddique, advogado do condenado, que vive no exterior há anos e foi julgado em ausência.
Este é o primeiro caso do tipo no Paquistão, país cuja metade da história foi marcada por governos ditatoriais. O tribunal, que condenou o ex-presidente por dois votos contra um, emitirá um veredicto detalhado em até 48 horas.
O ex-general e ex-chefe do Exército paquistanês, hoje com 76 anos, está em Dubai, para onde viajou em março de 2016 alegando problemas de saúde, mas com a promessa de voltar "entre quatro e seis semanas", o que não aconteceu.
NÃO PROTEGEU PRIMEIRA-MINISTRA.
Além do caso pelo qual foi condenado, o ex-militar enfrenta várias acusações, como a de não ter protegido a vida da ex-primeira-ministra Benazir Bhuto, assassinada em 2007.
O caso de alta traição começou em 2013, quando Musharraf foi acusado de impor o estado de emergência e decretar a prisão de dezenas de juízes pelo governo do então primeiro-ministro Nawaz Sharif, governante do qual Musharraf tomou o poder em um golpe de Estado em 1999.
Após voltar ao poder em 2013, o governo de Sharif proibiu a saída de Musharraf do país com a denúncia de alta traição, restrição que foi suspensa pelo Tribunal Supremo em 2016.
O militar ocupou a presidência do país entre 2001 e 2008, ano em que se viu obrigado a deixar o país. Musharraf argumenta que as acusações consistem em perseguição política. EFE
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