Comunidade internacional promete US$ 5 bilhões em ajuda a refugiados
Genebra, 18 dez (EFE).- O primeiro Fórum Global de Refugiados foi concluído nesta quarta-feira com promessas de financiar projetos avaliados em mais de US$ 5 bilhões para ajudar mais de 75 milhões de pessoas que fugiram de suas casas na América Central, na Venezuela, no Oriente Médio e na África.
Depois de três dias de reuniões, o alto comissariado da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, comemorou o resultado do fórum e pediu que os projetos sejam colocados em andamento para que seja possível verificar se os compromissos financeiros assumidos hoje serão realmente cumpridos.
Grandi afirmou que o evento serviu para mostrar que a crise dos refugiados não deve ser apenas dos países que recebem as milhões de pessoas que fogem de guerras e crises econômicas.
"Não podemos ser um mundo em que alguns países acolhem todos os refugiados enquanto outros dão todo o dinheiro" disse ele, citando como exemplo os esforços de países como a Turquia, que recebe 4 milhões de refugiados, sendo 3,6 milhões deles vindos da Síria.
Dos US$ 5 bilhões anunciados, boa parte foi oferecida pelo Banco Mundial (US$ 2,2 bilhões) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (US$ 1,1 bilhão).
O dinheiro será usado em programas de financiamento para incentivar o setor privado a criar empregos em comunidades de refugiados e zonas de acolhimento.
Outros US$ 2,5 bilhões foram prometidos pelos países-membros das Nações Unidas. Além disso, empresas ofereceram US$ 250 milhões para auxiliar em programas para melhorar a vida dos refugiados.
As promessas são destinadas a todo o tipo de assistência, desde a garantia de que crianças refugiadas tenham direito a estudar até a construção de infraestrutura para recebê-los melhor fora de casa.
"Todas as promessas serão supervisionadas porque queremos medir o impacto o mais cedo possível", destacou o alto comissariado, que ressaltou que o fórum destacou a necessidade de os refugiados terem energia limpa e sustentável nos acampamentos.
"O meio ambiente não deve ser esquecido nos programas de ajuda. É preciso levar em consideração que a mudança climática gera deslocados e refugiados. É um problema cada vez maior que requer atenção", afirmou Grandi.
O fórum, realizado em Genebra, na Suíça, contou com 3 mil participantes. Dezenas de refugiados foram convidados para contar suas experiências de integração. O evento ocorrerá a cada quatro anos, com o próximo marcado para ocorrer em 2023.
Dos 75 milhões de deslocados no planeta, mais de 25 milhões são refugiados. EFE
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