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Atentado atribuído ao Boko Haram mata 92 militares no Chade

24/03/2020 23h23

Ndjamena, 24 mar (EFE).- Um atentado realizado nesta terça-feira pelo grupo jihadista Boko Haram, contra instalações do Exército do Chade, provocou a morte de, pelo menos, 92 militares e deixou outros 47 feridos, segundo anunciou o presidente do país, Idriss Déby.

A ação aconteceu ainda na madrugada de hoje, em uma área militar na província de Lago Chade, no oeste do país, próxima da fronteira com a Nigéria, a cerca de 100 quilômetros da capital regional de Bol.

"É lá, nesta ilha amaldiçoada, que perdemos 92 dos nossos soldados, suboficiais e oficiais", disse Déby em uma mensagem televisiva à nação, sem especificar o número de baixas entre os terroristas.

Os 47 soldados feridos foram levados para Ndjamena, capital do país centro-africano, e colocados sob cuidados intensivos, disse o chefe de Estado, que visitou hoje a área de Boma para inspecionar a situação. Ele disse ser a primeira vez que ouve falar de um ataque do Boko Haram no qual o país tem tantas baixas.

Nesta segunda-feira, fontes militares haviam afirmado à Agência Efe que pelo menos 26 terroristas, nove soldados e cinco civis haviam sido mortos no ataque, embora o governo ainda se preparasse para fazer um pronunciamento oficial sobre o evento.

Desde o início deste ano, o Boko Haram intensificou os seus ataques às forças de segurança chadianas. No último sábado, um confronto semelhante deixou 16 mortos do grupo terrorista e cinco do exército do Chade.

Boko Haram, uma organização nascida na Nigéria, opera nos países vizinhos que fazem fronteira com a bacia do Lago Chade: Chade, Camarões, Níger e Nigéria.

O grupo foi criado em 2002 na cidade de Maiduguri, no nordeste da Nigéria, pelo líder espiritual Mohammed Yusuf para denunciar o abandono do norte do país por parte das autoridades.

As ações se limitavam a ataques à polícia nigeriana, mas o Boko Haram se tornou mais radical a partir de 2009, quando Yusuf foi baleado por agentes.