Talibãs criticam libertação de presos iniciada pelo governo do Afeganistão
"Não confirmamos a libertação de prisioneiros, o que não está em conformidade com as disposições do nosso acordo de paz com os Estados Unidos", disse o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, à Agencia Efe, como sinal de que a primeira onda de libertações foi realizada unilateralmente pelas autoridades afegãs.
Pouco antes, o governo tinha anunciado a libertação de cerca de cem prisioneiros talibãs da prisão de Bagram, perto de Cabul, selecionados com base na idade, saúde e duração restante das penas.
Segundo o governo, esta primeira centena de prisioneiros, dos 5 mil pactuados com os rebeldes, esta na lista de prisioneiros a serem soltos elaborada pela equipe talibã em Doha, e que também foi discutida com a equipe técnica dos rebeldes enviada a Cabul para acompanhar o processo.
Mujahid afirmou que "estes prisioneiros não foram libertos de acordo com o processo discutido e acordado" entre o governo e a equipe técnica talibã de três membros, que chegou a Cabul em 31 de março e partiu na terça-feira, argumentando que as reuniões foram "infrutíferas".
"A nossa equipe técnica voltou de Cabul e não participou deste processo de libertação de prisioneiros", afirmou Mujahid.
O porta-voz político talibã Suhail Shaheen disse à Efe, na terça-feira, que o grupo quer ver os 5 mil prisioneiros soltos, com base no acordo assinado, e advertiu que só iniciará conversas de paz diretas com o governo afegão quando todos saírem da prisão.
O governo afirmou nesta quarta-feira, após libertar os prisioneiros, que "continua aberto à continuação do trabalho técnico com os talibãs para avançar no processo de paz", que visa encerrar quase duas décadas de guerra no país. EFE
bks-alro/vnm
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