Topo

FBI diz que cientista chinesa está escondia em consulado de San Francisco

23/07/2020 15h18

Washington, 23 jul (EFE).- O FBI acredita que uma cientista supostamente ligada ao Exército da China, está escondida no consulado do país asiático em San Francisco, nos Estados Unidos, com medo de ser presa por ter recorrido a um visto falso, segundo indica um processo aberto em tribunal da cidade californiana.

O caso veio à tona em meio a uma grave tensão comercial, política e diplomática aberta entre os governos dos dois países. Ontem, Washington ordenou o fechamento do consulado chinês em Houston, em meio a acusações de espionagem. Por sua vez, Pequim já prometeu retaliações, que ainda não foram anunciadas.

Segundo documentos apresentados em tribunal de San Francisco, em 20 de junho, o FBI interrogou Tang Juan, uma bióloga que realiza pesquisa na Universidade da Califórnia. Seis dias depois, ela foi acusada formalmente de ter cometido fraude na tramitação do visto, segundo o jornal "USA Today".

A inteligência americana concluiu que a cientista deu informações falsas durante a solicitação, dizendo que não havia servido nas Forças Armadas da China.

Posteriormente, foram descobertas fotos de Tang Juan com uniforme e comprovaram com documentos que ela trabalhou na Universidade de Medicina Militar da Força Aérea do país asiático, sendo tudo apresentado no tribunal de San Francisco.

Após ser interrogada pelo FBI, a cientista teria se refugiado no consultado chinês na cidade, onde estaria escondia, segundo informações divulgadas por procuradores locais, citadas pelo "USA Today".

Durante o depoimento, Tang Juan negou ter servido às Forças Armadas e garantiu que, para entrar na universidade era necessário usar uniforme militar.

Além disso, dois outros pesquisadores são acusados de dar informações falsas para obter o visto de entrada e permanência dos Estados Unidos, segundo a publicação americana.

Segundo o processo aberto nos EUA, os casos não estariam isolados e "parecem" se tratar de um programa conduzido pela China, especificamente, pela Universidade de Medicina Militar e outras instituições associadas. O objetivo seria enviar pesquisadores aos Estados Unidos, embora a finalidade não seja clara.

Hoje, o governo da China negou as acusações de roubo de propriedade intelectual e informações de empresas americanas, que justificaram a decisão do governo dos Estados Unidos de fechar o consulado do país asiático em Houston.

"Essas acusações são maliciosas, com o único objetivo de difamar a China. O fechamento do consulado é uma medida completamente injustificada, e a China se reserva ao direito de retaliar", afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Wang Wenbin.

O representante da Chancelaria chinesa, no entanto, não respondeu que represálias serão tomadas pelo governo.

Nesta semana, o governo dos Estados Unidos sancionou 11 empresas chinesas por supostos abusos contra minorias muçulmanas, na região de Xinjiang. Além disso, apontou que dois hackers originários da China tentaram roubar dados da vacina contra o novo coronavírus e segredos militares.