Papa diz que farmacêuticas têm mais voz do que médicos no combate à Covid-19
Durante a audiência geral desta quarta-feira, o pontífice também lembrou que as "vozes dos povos indígenas, suas culturas e visões de mundo" não recebem a devida atenção e condenou o fato de parte da pupulação viver marginalizada, enquanto os interesses econômicos prevalecem sobre os sociais.
"As grandes corporações financeiras têm mais voz do que as pessoas ou do que aqueles que movem a economia real. As empresas multinacionais são mais ouvidas do que os movimentos sociais. Os poderosos são mais ouvidos do que os fracos", acrescentou.
Nesse sentido, o papa Francisco defendeu que, "para sair melhor de uma crise como a atual, que é sanitária, mas, ao mesmo tempo, social, política e econômica", todos os membros da sociedade devem assumir "sua cota de responsabilidade", sem serem excluídos ou ignorados.
O papa elogiou que durante a crise do novo coronavírus muitos governos tentaram ajudar "indivíduos, famílias e negócios", que ainda estão passando por sérias dificuldades, e destacou como saída para a crise um sistema de cooperação mútua "entre o Estado e o povo", o que chamou de "princípio de subsidiariedade".
O líder da Igreja Católica também recordou que durante o confinamento obrigatório imposto pelos governos de muitos países, como Itália e Argentina, o gesto de aplaudir os profissionais da saúde surgiu de forma espontânea, como "sinal de encorajamento e esperança", e pediu que este aplauso se estenda "a cada membro da sociedade, pelas valiosas contribuições, por menores que sejam".
Para o pontífice, a crise causada pela pandemia pode ser uma oportunidade para construir "um futuro onde a dimensão local e a global se enriqueçam, onde a beleza e a riqueza de grupos menores possam florescer, e onde aqueles que têm mais estejam comprometidos a servir e ajudar mais aos que têm menos". EFE
lsc/apc/vnm
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