Opas negocia acesso à vacina nas Américas com companhias Pfizer e Moderna
Washington, 16 dic (EFE).- O brasileiro Jarbas Barbosa, subdiretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), disse nesta quarta-feira que a agência, divisão regional da Organização Mundial de Saúde (OMS), negocia com as companhias Moderna e Pfizer formas de garantir acesso universal às vacinas contra o novo coronavírus.
"Já temos dois desenvolvedores que assinaram acordos para oferecer uma quantidade de vacinas para 2021, e temos outros dois desenvolvedores em processo de negociação", explicou o médico, em entrevista coletiva.
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Questionado sobre as companhias farmacêuticas em questão, Barbosa precisou que Moderna e Pfizer estão no grupo dos que estão em negociação com a Opas.
De acordo com o brasileiro, as conversas acontecem como parte do mecanismo Covax, de acesso mundial às vacinas contra o novo coronavírus, lançado pela OMS e por outros órgãos multilaterais, que visa garantir a imunização em países com menor poderio econômico.
A meta do Covax é conseguir a fabricação e a distribuição de 2 bilhões de doses de vacina antes do fim de 2021.
Segundo Barbosa, as negociações com Moderna e Pfizer seguem em andamento, por isso, é preciso aguardar até 23 de dezembro, para que se saiba sobre o avanço do dialógo, já que é o dia em que serão conhecidos detalhes do processo de licitação da iniciativa.
Nas Américas, 27 países assinaram acordos com a Covax para adquirir a vacina, enquanto outros nove a receberão como doação por causa de suas condições financeiras.
"Independentemente, de ter pago a vacina ou não, todos os países a receberão ao mesmo tempo e em quantidades proporcionais a sua população", explicou Barbosa, que reconheceu que ainda não haver data para sua entrega.
PREOCUPAÇÕES DA OPAS
O acesso à vacina vem se tornando mais urgente conforme a covid-19 afeta com mais força o continente americano, que só na última semana acumulou 5 milhões de casos, admitiu a diretoria da Opas, Carissa Etienne.
"Houve quase 5 milhões de novos casos, do que nos foi informado, a maioria na América do Norte, onde Canadá e Estados Unidos seguem sendo os produtores principais de novos casos", admitiu.
Além disso, Etienne admitiu preocupação pelo aumento de casos no Brasil, Colômbia, Panamá e Belize, este último, onde os hospitais já estão no limite da capacidade.
Desde o início da pandemia, as Américas registraram mais de 31 milhões de casos positivos para o novo coronavírus e 787 mil mortes por Covid-19, o que representa cerca da metade dos totais do planeta nos dois indicadores.