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OMS pressiona China por informações para entender origem da covid-19

23/07/2021 16h49

Genebra, 23 jul (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) insistiu nesta sexta-feira que o mundo precisa saber a origem do coronavírus SARS-CoV-2, causador da atual pandemia, e que os cientistas precisam "do espaço" necessário para continuar suas pesquisas, na sequência da recusa da China em permitir que a organização inicie uma segunda fase das suas investigações.

"Não se trata de fazer política com isso, culpar uns aos outros ou apontar o dedo, mas a necessidade de todos nós entendermos como qualquer patógeno pode atingir a população humana", disse o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu à China na semana passada para "ser transparente e aberta" e fornecer "os dados brutos dos primeiros dias da pandemia", pedido que não foi bem recebido pelo governo de Pequim.

A China respondeu por meio de uma alta autoridade nacional de saúde que esse pedido era "arrogante" e "desprovido de bom senso".

Jasarevic confirmou hoje que a OMS mantém sua posição porque "se trata de ciência" e lembrou que após uma primeira fase de pesquisas - na qual uma equipe internacional de cientistas viajou em fevereiro para a província de Wuhan, onde se acredita tenha iniciado a pandemia - agora é necessário reunir mais provas para "realmente saber" a origem do vírus.

Para isso, observou, a investigação precisa entrar em uma nova fase.

A missão da OMS que esteve em Wuhan solicitou acesso aos dados brutos de pacientes cadastrados nos hospitais da cidade com sintomas semelhantes aos da covid-19 antes do primeiro caso conhecido da doença ser registrado, mas a China respondeu que estes já tinham sido estudados por seus especialistas.

Atualmente, "todas as hipóteses (da origem do vírus) estão sobre a mesa", disse o porta-voz.

Essas hipóteses consistem em que o vírus foi transmitido ao ser humano através de um animal agindo como intermediário - o que é mais provável -, que houve contágio direto do animal portador do vírus ou que a transmissão ocorreu por meio de carne congelada.

A quarta e última hipótese, considerada a menos provável por especialistas que viajaram à China, é a liberação involuntária do vírus por acidente de laboratório.

Tedros admitiu que houve muita pressão para descartar tal incidente e comentou que isso "pode acontecer".

"Os países têm a responsabilidade de trabalhar em conjunto e com a OMS num espírito de cooperação e que desta forma os cientistas tenham a possibilidade de compreender a origem do vírus e desta pandemia", afirmou Jasarevic.