Piñera confia em nova Constitução chilena e alerta para "vírus do populismo"
"O Chile conseguiu canalizar a explosão social e as suas legítimas exigências através de um processo pacífico, institucional e democrático", disse o mandatário em um discurso gravado e enviado à Assembleia Geral da ONU.
Piñera declarou que as democracias passaram por um "processo de deterioração progressiva", especialmente na América Latina, onde "a principal ameaça vem de governos eleitos com legitimidade e que manobram para se manterem no poder".
O Chile também não está isento destas ameaças, representadas pelo "câncer da polarização e a praga da fragmentação política", acrescentou.
"Esperamos que a Assembleia Constituinte proponha o texto de uma nova Constituição que, embora melhorando e corrigindo tudo o que precisa de ser alterado, incorpore também uma maior equidade e justiça social e proteja as nossas liberdades", opinou.
O país começou a redigir em julho uma nova Constituição como via política para atender demandas dos protestos sociais, que desde 2019 exigiam um modelo socioeconômico mais justo.
VACINAÇÃO DESIGUAL.
Piñera lamentou que a vacinação contra a covid-19 seja tão desigual no mundo. O Chile tem uma das campanhas de vacinação mais bem-sucedidas do mundo, com quase 90% da população-alvo totalmente vacinada e mais de 2,6 milhões de terceiras doses administradas.
"Com a vacinação, a ciência triunfou, mas a política falhou. Enquanto alguns países têm doses para vacinar várias vezes, há outros que não têm a proteção mínima", reclamou.
O presidente também reforçou o seu discurso ambiental, acrescentando que, embora o Chile contribua com menos de 0,25% das emissões globais de gases do efeito de estufa, o governo está "totalmente empenhado" nas energias renováveis e no hidrogênio verde, do qual é pioneiro no mundo.
"Agora é o momento de agir, com uma forte vontade e um sentido de urgência. Somos a última geração que pode prevenir a atual crise climática", alertou.
Piñera, que recebeu o prestigiado Global Citizen Award em 2019 e é internacionalmente conhecido pela diversificada agenda ambiental, tem sido amplamente criticado por muitos especialistas no país que denunciam questões como a privatização da água e o modelo econômico profundamente extrativista.
Entre os compromissos que assumiu está um plano governamental para encerrar todas as usinas termelétricas a carvão até 2040.
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