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Nikolas Cruz se declara culpado pelas 17 mortes no massacre de Parkland

20/10/2021 14h48

Miami, 20 out (EFE).- O jovem Nikolas Cruz, de 23 anos, se declarou nesta quarta-feira culpado por matar 17 pessoas e ferir outras 17 no dia 14 de fevereiro de 2018 em uma escola em Parkland, na Flórida, na qual entrou disparando indiscriminadamente com um rifle semiautomático.

Como a defesa já havia antecipado na semana passada, Cruz aceitou cada uma das 34 acusações durante a audiência, na qual foi priorizada a presença de parentes de vítimas e sobreviventes em um tribunal na cidade de Fort Lauderdale, na Flórida.

Durante a audiência, transmitida ao vivo por canais de televisão, a juíza Elizabeth Scherer perguntou várias vezes se Cruz entendia o passo que estava dando e que a declaração de culpa poderia acarretar a "pena máxima, que é a de morte".

A juíza também foi enfática ao dizer que aceitar a culpa acabaria com a possibilidade de realizar um julgamento. Cruz respondeu "sim, senhora" a todas as perguntas e, em determinado momento, quando Scherer pediu para rever os documentos da defesa, ele levantou os óculos e respondeu afirmativamente que eram os mesmos discutidos com os seus advogados e que não tinha sido obrigado a assiná-los.

Na audiência da sexta-feira passada, na qual originalmente se abordava outro caso criminal contra Cruz, a agressão de novembro de 2018 contra um guarda prisional, o jovem confessou também ser culpado, o que representa um fator agravante para o caso Parkland, que pode acarretar em pena de morte.

A juíza leu os nomes das vítimas das 17 acusações de homicídio premeditado e as das outras 17 acusações de tentativa de homicídio durante o massacre na escola Marjory Stoneman Douglas, onde Creuz estudou e foi expulso por má conduta.

Após o massacre, que ocorreu no Dia de São Valentim, Cruz confessou o crime e a defesa mostrou interesse em uma declaração de culpa em troca da suspensão da pena de morte por parte da acusação.

Contudo, o gabinete do procurador do estado em Broward County, no norte de Miami, também indicou, desde o assassinato, que buscaria a pena de morte e deixou claro que não negociou o assunto com a defesa.

O gabinete do procurador disse na quinta-feira passada que "não houve negociações com a acusação" e que "se ele (Cruz) se declarar culpado, ainda haverá uma fase de sentença".

Anthony Borges, um dos sobreviventes do tiroteio, que foi à audiência acompanhado pelo pai e visivelmente nervoso, disse ao canal local "7 News" que é uma situação difícil, mas que faz parte do processo para "encerrar este capítulo".

Borges, que enfrentou Cruz no meio do tiroteio e foi atingido várias vezes, se recuperou após um longo processo em que teve de ser induzido em coma e submetido a várias cirurgias, uma delas para cortar parte dos intestinos. EFE