Luis Arce acusa oposição de planejar novo "golpe de Estado" na Bolívia
"Eles estão começando a empunhar argumentos para deslegitimar a vitória de uma disputa eleitoral muito clara e tentar desgastar o governo e gerar novamente condições como as que vivemos em 2019. Esta é uma questão que eu gostaria de tornar conhecida", declarou Arce, em alusão às eleições de dois anos atrás, em que seu companheiro de partido Evo Morales levou a melhor nos votos, mas não conseguiu iniciar um novo mandato.
Um ano depois de ter vencido as presidenciais com 55% dos votos, Arce manifestou em discurso por teleconferência a preocupação com uma possível tentativa de desestabilizar seu governo.
"Eles estão discutindo federalismo e um novo pacto fiscal e outras propostas com o objetivo de desestabilizar e, se as condições estiverem certas, repetir o que aconteceu em 2019", denunciou.
Após o discurso de Arce, o ex-presidente do governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, que esteve presente no evento na Cidade do México, respondeu que a reflexão do líder boliviano era "importante e preocupante", e lamentou que a direita tenha se "direitizado" nos últimos anos.
Por sua vez, a ex-presidente Rousseff considerou que as democracias na América Latina estão sob ataque e deu como exemplos a derrubada do hondurenho Manuel Zelaya em 2009, seu próprio impeachment em 2016, a saída de Evo Morales da Bolívia em 2019. Ela ainda alertou que a nova vítima de ataques é o presidente do Peru, Pedro Castillo, com um processo de impedimento contra si.
O ex-presidente do Equador Rafael Correa, procurado pelos tribunais de seu país por corrupção, afirmou que a direita vem judicializando a política para ganhar o que não ganhou nas urnas.
Fundado em 2019, o Grupo de Puebla tem 54 líderes progressistas da América Latina, do Caribe e da Espanha. A reunião na capital mexicana também contou com a presença do ex-presidente colombiano Ernesto Samper, do ex-presidente equatoriano Rafael Correa e do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, entre outros. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Argentina, Alberto Fernández, participaram remotamente. EFE
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