UE: Eleições em Honduras foram tranquilas, apesar de gestão politizada
"O dia das eleições transcorreu em calma, e os eleitores compareceram em grande número nas seções eleitorais, mostrando um forte compromisso com a democracia e os valores cívicos", disse Zeljana Zovko, chefe da MOE-UE, ao apresentar o relatório preliminar da delegação da UE sobre o pleito.
Ela comentou que a transmissão fluida dos resultados preliminares das eleições aumentou "a transparência e a confiança, embora tenha sido limitada a metade das mesas de votação".
Relacionadas
Xiomara Castro, candidata presidencial pelo partido Liberdade e Refundação (Libre), lidera a apuração, de acordo com relatórios preliminares.
Castro tinha 966.084 votos (53,56%), contra 611.828 (33,92%) de Nasry Asfura, candidato do Partido Nacional, quando 51,74% do total tinha sido contabilizado.
Zovko disse que as eleições hondurenhas foram caracterizadas por "uma gestão altamente politizada e níveis de violência política sem precedentes".
Ela acrescentou que o medo da violência eleitoral "minou a oportunidade efetiva de campanha igualitária e o direito à participação política dos candidatos e eleitores".
Segundo a missão da UE, a imprensa estatal "favoreceu visivelmente o Partido Nacional (governista) e seu candidato presidencial".
Já o chefe da delegação do Parlamento Europeu, Javier Nart, disse que os hondurenhos mostraram "um profundo senso de democracia e civismo" ao se apresentarem para votar.
"Agora é o momento para os políticos colocarem as instituições a serviço dos cidadãos para criar as oportunidades que este país precisa e garantir um futuro mais próspero e seguro para Honduras", afirmou.
A convite do governo de Honduras, a UE destacou 78 observadores, e a missão permanecerá no país para acompanhar o restante da apuração.
O relatório final, que incluirá recomendações sobre possíveis reformas para futuros processos eleitorais, será apresentado nos próximos dois meses. EFE