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Putin cobra garantias "imediatas" de EUA e Otan em fronteira com Ucrânia

23/12/2021 14h36

Moscou, 23 dez (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, exigiu nesta quinta-feira garantias de segurança "imediatas" dos Estados Unidos e da Otan, advertindo-os contra um possível "empacamento", durante décadas, das negociações sobre a crise na fronteira com a Ucrânia que começarão em Genebra no início de 2022.

"Vocês exigem de mim garantias? São vocês quem devem nos dar garantias. Vocês, imediatamente, agora. E não empacar (as negociações) durante décadas", disse Putin durante sua conferência de imprensa anual.

Em resposta à pergunta de um jornalista ocidental sobre uma possível invasão da Ucrânia por parte das forças armadas do país, Putin enfatizou que "a Rússia não ameaça ninguém".

"Colocamos mísseis perto da fronteira dos EUA? Não! Foram os EUA que chegaram à nossa casa com seus mísseis, e eles já estão à nossa porta", respondeu.

"Como reagiriam os americanos se, de repente, colocássemos nossos mísseis na fronteira entre o Canadá e os EUA ou na fronteira entre os EUA e o México? Às vezes parece que vivemos em mundos diferentes", acrescentou.

O líder russo afirmou que, para o Kremlin, a entrada da Ucrânia na Otan é "inadmissível", pois significaria o posicionamento de armas no país vizinho.

Putin salientou que as ações da Rússia dependerão das garantias que receber do Ocidente, que segundo ele enganou Moscou ao aceitar vários países da Europa Oriental e do antigo espaço pós-soviético como membros, apesar de ter prometido que nunca o faria.

Na semana passada, a Rússia propôs à Otan a assinatura de um acordo de garantias de segurança para impedir a entrada de países da ex-União Soviética no bloco e para que sejam inerrompidas atividades militares em territórios vizinhos, da Europa Oriental ao Cáucaso e à Ásia Central.

O acordo inclui exigências sem precedentes, como a retirada das tropas e das armas utilizadas após a assinatura do tratado de 1997 que regerá suas relações, o que deixaria a Polônia e as três repúblicas bálticas (Letônia, Estônia e Lituânia), que aderiram à Otan em 2004, sem proteção aliada. EFE