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Putin diz que EUA e Otan ignoraram preocupações russas

28/01/2022 17h41

Moscou, 28 jan (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira em uma conversa telefônica com o mandatário francês, Emmanuel Macron, que nem os Estados Unidos nem a Otan responderam às "principais preocupações" da segurança russa, disse o Kremlin em um comunicado.

Entre eles, mencionou a categórica recusa da Rússia em expandir a Otan para o leste, se referindo claramente à Ucrânia e Geórgia, e ao destacamento de armamento ofensivo perto das fronteiras russas.

Além disso, também destacou a retirada da infraestrutura militar aliada para as posições que ocupava em 1997 antes da expansão para a Europa Oriental e o espaço pós-soviético (1999 e 2004).

Os EUA e a Otan responderam por escrito, na última quarta-feira, às exigências russas de garantias de segurança a longo prazo, que seriam refletidas, segundo Moscou, em dois acordos vinculantes.

Embora o seu conteúdo seja desconhecido, o Kremlin admitiu que "não há muitos motivos para otimismo", já que a Otan considera inegociável a sua política de portas abertas, embora não tenha descartado, a este respeito, novas rodadas de negociações com o Ocidente.

"Putin enfatizou que o lado russo estudará cuidadosamente a resposta dos EUA e da Otan em 26 de janeiro (...), após o que decidirá os próximos passos a serem dados", afirma a nota oficial.

Segundo o Kremlin, em sua conversa com Macron, o líder russo também enfatizou que o Ocidente ignorou outra "questão fundamental": o princípio da segurança indivisível dentro da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

"Ninguém pode reforçar sua segurança em detrimento da segurança de outros países", sublinhou.

Durante a entrevista coletiva anual, realizada em dezembro do ano passado, Putin exigiu garantias de segurança imediatas do Ocidente e, caso contrário, alertou que consultaria seus generais sobre medidas de resposta técnico-militar.

Sobre a Ucrânia, ele insistiu na importância de Kiev cumprir rigorosamente os Acordos de Minsk, particularmente no que diz respeito ao "diálogo direto" com as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk para determinar legalmente "o status especial de Donbass".

Nos últimos dias, a Rússia vem insistindo que não tem intenção de invadir o país vizinho, embora continue realizando manobras na fronteira e em Belarus envolvendo dezenas de milhares de tropas, enquanto acusa o Ocidente de instigar sentimentos militaristas na Ucrânia com fornecimentos de armas.

A Ucrânia acredita que Moscou dará uma chance à diplomacia nas próximas duas semanas, mas depois disso, Kiev estará preparada para "qualquer cenário".

Por sua vez, Macron informou a Putin sobre os planos da França, na presidência rotativa da União Europeia no primeiro semestre, e ambos concordaram em continuar o diálogo bilateral sobre a segurança do continente.

Eles concordaram em suas posições sobre o problema iraniano, já que ambos defendem a continuidade dos esforços internacionais para salvar o pacto nuclear entre Teerã e as grandes potências. EFE