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López Obrador diz que conservadorismo trabalha contra presidente do Peru

08/02/2022 02h56

Cidade do México, 7 fev (EFE).- O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta segunda-feira que, embora seu país respeite as decisões de outros, "é evidente que o conservadorismo" está "trabalhando contra" o presidente do Peru, Pedro Castillo.

"Respeitamos as decisões que estão sendo tomadas em outros países, mas é evidente que o conservadorismo está trabalhando contra o governo legal e legitimamente constituído. O presidente Castillo venceu, como os peruanos decidiram", disse López Obrador em sua entrevista coletiva diária no Palácio Nacional.

O presidente mexicano destacou que "os conservadores são os mesmos em todos os lugares, alguns mais grosseiros, outros mais hipócritas" e destacou que "são democratas quando lhes convém".

No último sábado, a ex-candidata presidencial peruana Keiko Fujimori, derrotada nas últimas eleições por Castillo, afirmou que ele é "a doença" que está gerando uma crise política em seu país e deve "urgentemente" deixar o poder.

"Ter quatro equipes ministeriais em menos de sete meses é algo sem precedentes e é uma situação muito infeliz para o nosso país", declarou Keiko.

Castillo afirmou que vai recompor seu gabinete de ministros apenas três dias após a posse do deputado Héctor Valer como premiê, que gerou uma enxurrada de críticas devido às denúncias de violência doméstica contra o político.

Diante desse cenário, o presidente mexicano perguntou como é possível que tenham realizado as eleições no Peru há seis meses, o presidente assumiu o cargo "e já estão tentando destituí-lo; (Castillo) fez mudanças em seu gabinete há poucos dias e imediatamente os meios de comunicação começaram a exigir sua saída".

Para reforçar sua posição contra o conservadorismo, López Obrador citou o caso da presidente de Honduras, Xiomara Castro, que ontem anunciou ter testado positivo para coronavírus e a quem desejou uma rápida recuperação.

"O marido dela foi destituído do cargo, sofreu um golpe de Estado, e a senhora Xiomara ganhou com mais de 50% dos votos e conquistou a maioria do Congresso por meio de uma aliança e antes de tomar posse essa aliança se dividiu, os legisladores de um bloco saíram e se juntaram aos conservadores e Xiomara não tem mais maioria no Congresso", disse.

Ele afirmou que antes mesmo de Xiomara tomar posse, "começou uma campanha midiática contra ela, e agora a acusam de corrupção".

Em um balanço da atual política latino-americana, o presidente mexicano aproveitou para desejar ao presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, que assumirá o cargo na próxima sexta-feira, "tudo de bom". EFE