Incerteza na economia global pauta cúpula virtual do Brics
O encontro, que teve a China como organizadora, contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro e os chefes de Estado chinês, Xi Jinping; russo, Vladimir Putin; e sul-africano, Cyril Ramaphosa; e do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
COOPERAÇÃO PARA SUPERAR A CRISE.
O presidente da Rússia fez um apelo por uma "cooperação honesta e mutuamente benéfica" para encontrar "uma saída da crise da economia mundial".
Putin ainda mencionou "ações insensatas e egoístas de determinados Estados" como responsáveis pela conjuntura atual.
Sem mencioná-los, o chefe do Kremlin se referia a Estados Unidos e União Europeia, que segundo ele utilizariam mecanismos financeiros para transferir "para o mundo, seus erros na política macroeconômica".
Xi Jinping, por sua vez, se referiu a "imponente e complexa" situação que enfrenta o mundo. O líder chinês sugeriu "coordenação das políticas macroeconômicas" e a "construção de uma economia global aberta" em busca de um crescimento econômico mais resistente.
Por outro lado, o chefe de governo chinês admitiu que "a globalização é uma tendência história irreversível".
SOMBRA DA UCRÂNIA.
Bolsonaro, assim como os líderes de África do Sul e Índia, evitou citar de forma direta o conflito na Ucrânia.
Por sua vez, Xi Jinping afirmou que "a crise na Ucrânia fez soar o alarme para a humanidade" e, como é habitual entre as autoridades chinesas, desde o início da guerra, condenou as sanções e avisou que pode acontecer um "efeito bumerangue" com os países que as aplicam.
O presidente da China lamentou que "certos países" tentem expandir alianças militares e "obriguem os outros a escolherem o lado", alertando para uma "mentalidade de Guerra Fria" no mundo atual.
Putin afirmou estar convencido de que o mundo precisa da liderança dos países do Brics, na elaboração de políticas que conduzam à formação de um "sistema multipolar de relações interestelares".
Segundo a delegação conjunta publicada após a reunião de hoje, os membros do bloco manifestaram que apoiam as "negociações entre Rússia e Ucrânia", à assistência humanitária à Ucrânia e arredores.
Além disso, as nações mantêm as posturas expressadas pelas Nações Unidas e pelo Conselho de Segurança da ONU.
Bolsonaro e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, se mostraram a favor de reformar a ordem internacional.
O presidente brasileiro pediu que as economias emergentes contem com uma representação "adequada" no Conselho de Segurança, um pedido que consta também na declaração conjunta.
No texto, China e Rússia, destacam a importância do "status e do papel do Brasil".
GRUPO ABERTO.
Neste ano, o Brics completou 16 anos, tendo sido formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia e China (Bric), para entrada, em 2011, da África do Sul.
Durante a cúpula, Xi Jinping fez um chamado para os demais integrantes dos Brics, para que se mantenham como um grupo "aberto e inclusivo".
Além disso, o presidente chinês afirmou que é necessário "acelerar o processo de expansão", com a possibilidade da adesão de novos integrantes. EFE
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