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Polícia do Sri Lanka ordena que manifestantes deixem acampamento em Colombo

03/08/2022 20h12

Colombo, 3 ago (EFE).- A polícia do Sri Lanka deu nesta quarta-feira um ultimato de dois dias aos manifestantes que protestam há meses contra a gestão política da grave crise econômica que o país está atravessando, para desocupar um acampamento em Colombo que tem sido o epicentro do movimento.

O acampamento, localizado no parque Galle, na capital do Sri Lanka, deve ser evacuado até às 17h (hora local) da próxima sexta-feira, disse a polícia em comunicado aos manifestantes ainda concentrados na área.

"Atue conforme a lei e não atrapalhe o público", advertiram as forças de segurança, que ameaçaram consequências legais para quem desafiar a ordem enquanto as prisões de manifestantes continuam.

O anúncio da polícia ocorreu depois que o presidente recém-nomeado, Ranil Wickremesinghe, advertiu hoje durante um discurso no Parlamento que não tolerará a violência no país enquanto se compromete a respeitar os direitos dos manifestantes.

"A luta pacífica é um direito fundamental. Eu aceito esses direitos (...) protegerei a não-violência e a democracia", disse o presidente, que desde sua ascensão ao poder, declarou estado de emergência que endureceu as medidas nas manifestações de rua.

O Sri Lanka enfrenta a pior crise econômica de sua história, preso em uma grande dívida e sem liquidez para adquirir bens essenciais, como remédios, combustível, alimentos e gás.

Na semana passada, o país retomou as negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter um empréstimo para enfrentar a crise.

Wickremesinghe foi eleito com o voto do Parlamento exatamente há duas semanas, após o desespero de grande parte da população devido à deterioração crônica da nação ter causado a renúncia de seu antecessor, o ex-presidente Gotabaya Rajapaksa.

O presidente enfrenta críticas pela operação violenta das forças de segurança para despejar aqueles que ainda permaneciam dentro da então ocupada secretaria presidencial, apesar dos manifestantes terem prometido entregar o prédio. EFE