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Guterres pede que não haja ação militar na usina nuclear de Zaporizhzhia

18/08/2022 20h26

Lviv (Ucrânia), 18 ago (EFE).- O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu nesta quinta-feira em Lviv, na Ucrânia, que não haja ações militares na usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, e que haja um acordo para ser usado como infraestrutura civil e garantir a segurança da área.

"A instalação não deve ser usada como parte de nenhuma operação militar. Em vez disso, um acordo é urgentemente necessário para restaurar Zaporizhzhia como uma infraestrutura puramente civil e garantir a segurança da área", disse.

A declaração de Guterres veio após o encontro que teve com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o mandatário da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, com quem discutiu a situação no país e posteriormente os três compareceram perante a imprensa.

Guterres garantiu que a secretaria geral tem capacidade para apoiar qualquer missão da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) em Zaporizhzhia, sob a condição de que Rússia e Ucrânia concordem.

"Uma missão de investigação deve ser livre para apurar os fatos. A equipe deve ser capaz de coletar e analisar as informações necessárias. Isso significa acesso seguro e irrestrito a pessoas, lugares e provas, sem interferência de qualquer parte", explicou.

O discurso de Guterres começou referindo-se à situação de segurança alimentar e insistiu que "não haverá solução para a crise alimentar mundial sem garantir acesso global total aos produtos alimentares ucranianos e alimentos e fertilizantes da Rússia".

Nesse contexto, Guterres manifestou sua satisfação por haver sinais que apontam para uma queda dos preços internacionais, mas advertiu que não deve haver ilusões e que ainda há um longo caminho a ser percorrido para que isso se reflita no dia-a-dia das pessoas.

"As cadeias de suprimentos ainda estão interrompidas. Os custos de energia e transporte ainda são muito altos", disse.

Por outro lado, Guterres afirmou que a ONU vai continuar trabalhando para prestar apoio humanitário à Ucrânia e destacou que o principal problema segue sendo a guerra resultante de uma invasão que qualificou como uma violação da integridade territorial da Ucrânia e da Carta das Nações Unidas.

"As pessoas precisam de paz, paz de acordo com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional, uma paz que reflita as aspirações das pessoas ao redor do mundo, em particular dos jovens, de ter oportunidades e um futuro sem violência", assegurou. EFE