Vaticano decide não investigar cardeal canadense por agressão sexual
"O papa Francisco declara que não há elementos suficientes para abrir uma investigação canônica por agressão sexual do cardeal Ouellet", disse o diretor da Sala de Imprensa vaticana, Matteo Bruni, em comunicado.
Bruni explicou que estas são as conclusões após "a investigação preliminar encomendada pelo papa" ao padre Jacques Servais, teólogo encarregado de investigar o assunto, que julgou que "não há elementos para iniciar um julgamento contra o cardeal Ouellet por agressão sexual".
O diretor do escritório de imprensa do Vaticano também citou Servais e disse que a requerente não fez nenhuma "acusação que pudesse fornecer material para tal investigação", "nem em seu relatório escrito enviado ao Santo Padre, nem no testemunho via Zoom" recolhido por este padre "na presença de um membro do comitê diocesano".
Ouellet, um dos funcionários mais poderosos do Vaticano, é acusado de abuso sexual no Canadá por uma mulher que estagiou como agente pastoral de 2008 a 2010, de acordo com uma investigação da "Rádio Canadá".
Seu nome aparece em uma denúncia coletiva envolvendo 87 outros membros da igreja e trazida por cem vítimas, muitas delas menores de idade na época de eventos que ocorreram em grande parte nos anos 50 e 60.
Na época dos fatos, ele era arcebispo e tinha a palavra final sobre a contratação de pessoal.
A queixa contra Ouellet foi apresentada diretamente ao Vaticano em 2021 e, embora tenha sido marcada uma reunião entre a Santa Sé e a vítima, um ano e meio depois esta última afirma não ter sido informada dos resultados da investigação.
O cardeal foi chamado a Roma e nomeado em junho de 2010 como prefeito do Dicastério dos Bispos, o órgão que seleciona esses altos funcionários da igreja e depois transmite os nomes dos escolhidos ao papa para uma decisão final. EFE
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