Erdogan acusa EUA de "alimentarem o terrorismo" na Síria

Istambul, 19 ago (EFE).- O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou os Estados Unidos de "alimentarem o terrorismo" na Síria, enviando armas para "grupos terroristas", em referência às milícias curdo-sírias, conforme veiculou nesta sexta-feira a agência de notícias local "Anadolu".

"Os Estados Unidos não podem dizer que não alimentaram o terrorismo. Quem alimenta o terrorismo na Síria, em primeiro grau, são os Estados Unidos e as forças da coalizão. Fizeram isso sem piedade e o fazem de novo", disse o chefe de Estado.

Erdogan garantiu que Washington enviou grandes quantidades de armas, munição e outros materiais para a Síria.

No país árabe, as tropas dos EUA mantêm desde 2015 uma aliança com a milícia curdo-síria Forças de Proteção Popular (YPG), dando respaldo a ela na luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico.

"Como se isso não bastasse, no Iraque, deram o mesmo apoio. Para quem? Outra vez, organizações terroristas", acusou Erdogan, sem especificar a que grupo se referia.

Erdogan ainda relembrou que a Rússia respalda o regime do ditador sírio Bashar al-Assad, e que a Turquia está em constante contato com Moscou sobre "a luta antiterrorista no norte da Síria".

O presidente turco destacou que conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, em reunião que os dois mantiveram no último dia 5, em Sochi.

Erdogan admitiu, contudo, que neste aspecto, as negociações com o Irã, outro apoiador do regime sírio, não eram tão "eficientes" como se desejava".

Ainda assim, reiterou que a Turquia, como já havia anunciado anteriormente, poderia lançar "repentinamente" outra operação militar na Síria, onde há tropas mobilizadas e parte do território foi ocupado. EFE