Cristina Kirchner depõe a juíza federal argentina após atentado
Buenos Aires, 2 set (EFE).- A juíza federal María Eugenia Capuchetti, responsável pela investigação da tentativa de assassinato contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi nesta sexta-feira à residência da política para tomar seu depoimento sobre o atentado.
A magistrada do Tribunal Criminal e Correcional Federal nº 5 chegou à casa de Cristina por volta das 11h (horário local e de Brasília) e permaneceu lá por cerca de uma hora, após inspecionar os arredores durante a manhã.
Antes de ir à residência da ex-presidente e atual vice argentina, a juíza e os promotores encarregados do caso também ouviram depoimentos de testemunhas do atentado, como um homem que ajudou a interceptar o agressor.
Segundo fontes policiais consultadas pela Agência Efe, um grupo de policiais federais fez buscas na noite de quinta-feira em uma casa relacionada ao acusado pela tentativa de assassinato.
Autoridades argentinas identificaram esse homem, que foi preso, como o brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos. Nascido em São Paulo, filho de um argentino e uma chilena, ele tem residência na Argentina desde a década de 1990 e já tinha antecedente criminal por portar armas não convencionais.
O atentado aconteceu ontem, em frente à casa de Cristina, no bairro Recoleta, em Buenos Aires. Em meio a uma multidão que cumprimentava a vice-presidente do lado de fora da residência, Montiel apontou uma pistola para o rosto da vice-presidente, mas não houve disparo - a arma teria falhado, segundo a polícia.
A Argentina vive um período de alta tensão política, e Cristina Kirchner é alvo de um pedido de prisão por parte do Ministério Público no contexto de um julgamento no qual ela é acusada de corrupção na concessão de obras públicas durante seus mandatos como presidente (2007-2015).
Desde então, grupos a favor e contra a ex-presidente e atual vice têm se manifestado nas ruas de Buenos Aires.
Em pronunciamento após o atentado, Alberto Fernández afirmou que considera o atentado o "acontecimento mais grave" na Argentina desde que o país voltou à democracia, em 1983, e decretou feriado nesta sexta-feira para que os cidadãos do país possam expressar "em paz" sua rejeição à violência.