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'Mandei uma notinha, lamento', diz Bolsonaro sobre ataque a Kirchner

O presidente Jair Bolsonaro (PL)  - ETTORE CHIEREGUINI/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente Jair Bolsonaro (PL) Imagem: ETTORE CHIEREGUINI/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL,em São Paulo

02/09/2022 14h26Atualizada em 03/09/2022 00h12

O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou hoje o atentado à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Questionado sobre o episódio, disse "lamentar" o fato, mas que "mandou uma notinha". Também afirmou que "já tem gente querendo colocar o caso na conta dele" e relembrou a facada sofrida por ele durante a campanha presidencial em 2018.

"Mandei uma notinha, eu lamento. Agora, quando eu levei a facada teve gente que vibrou por aí. Lamento, já tem gente querendo botar na minha conta, já esse problema. E o agressor ali, ainda bem que não sabia mexer com arma. Se soubesse, teria sucesso", disse.

Um brasileiro foi identificado como suspeito de ter apertado o gatilho de uma arma, que não disparou, contra Kirchner. Fernando Sabag Montiel, de 35 anos, portava uma pistola Bersa 380, calibre 32, de fabricação argentina, carregada com cinco balas, segundo informações da Polícia Federal à imprensa.

Ao site da CNN, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), repudiou o ataque sofrido pela vice-presidente Cristina Kirchner. Ele pontuou que "qualquer episódio de violência é péssimo". No entanto, Mourão disse acreditar que a tentativa de assassinato tenha a ver com questões internas da Argentina e não tenha relação com o Brasil.

Itamaraty publica nota de repúdio

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil se pronunciou oficialmente hoje, às 16h06. A publicação condena o ataque sofrido por Kirchner e oferece respaldo à Argentina.

" O Governo brasileiro condena o injustificável ato de agressão contra a Vice-Presidente da República Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, ocorrido na noite de ontem, 1º de setembro, em Buenos Aires.

O Brasil repudia toda e qualquer forma de violência com motivação política e reitera seu invariável respaldo à irmã nação Argentina".

Lula, Ciro e Tebet se solidarizam

Candidatos à Presidência no Brasil se solidarizaram com a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, após ela sofrer uma tentativa de assassinato. Aliado histórico de Kirchner, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou sobre o assunto pouco tempo depois do atentado. Lula escreveu que a vice-presidente argentina foi vítima de um "fascista criminoso".

"Que o autor sofra todas as consequências legais. Essa violência e ódio político que vêm sendo estimulados por alguns é uma ameaça à democracia na nossa região. Os democratas do mundo não tolerarão qualquer violência nas divergências políticas".

O também presidenciável Ciro Gomes (PDT) disse que, por pouco, não houve "chuva de sangue". O candidato disse que uma "nuvem de ódio se espalha pelo nosso continente" e demonstrou sua solidariedade "a esta mulher guerreira".

"Para nós, fica a lição de onde pode chegar o radicalismo cego, e como polarizações odientas podem armar braços de loucos radicais ou de radicais loucos. Ainda há tempo de salvar o Brasil de uma grande tragédia gerada pelo ódio. Paz!", escreveu.

A candidata do MDB, Simone Tebet, disse que "é preciso dar um basta a tudo isso".

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado em versão anterior deste texto, o vice-presidente Hamilton Mourão, candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul, é filiado ao Republicanos, e não ao PRTB. A informação foi corrigida.