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Elizabeth II foi a monarca mais longeva do Reino Unido

08/09/2022 20h23

Judith Mora.

Londres, 8 set (EFE).- A rainha Elizabeth II, que morreu nesta quinta-feira, aos 96 anos, no castelo de Balmoral, na Escócia, foi a monarca mais longeva e com mais anos de reinado na história do Reino Unido.

Em setembro de 2015, Elizabeth II superou os 63 anos de reinado de sua tataravó a rainha Vitória, que ascendeu ao trono em 1837, aos 18 anos, e o ocupou até morrer, em 1901.

Elizabeth II também superou o período de vida de Vitória, que faleceu aos 81 anos de idade.

Segundo os cálculos do Palácio de Buckingham, a tataravó a rainha que morreu hoje reinou por 23.226 dias, 16 horas e 23 minutos.

MAIS ANOS NO TRONO.

Além disso, em 13 de outubro de 2016, Elizabeth II se tornou a rainha e chefe de Estado viva com mais anos de reinado, após a morte do então rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, que esteve no poder por 70 anos e 126 dias.

Apesar disso, Elizabeth II ficou longe de superar o rei com o maior tempo no trono em toda a história, que foi Sobhuza II, monarca da Suazilândia entre 1899 e 1982, ou seja, durante 82 anos e 254 anos.

Durante o reinado de sete décadas, Elizabeth II viveu a Segunda Guerra Mundial, nomeou 15 primeiros-ministros foi testemunha de uma infinidade de mudanças no planeta.

Em 2012, comemorou o Jubileu de Diamante, ainda acompanhada do príncipe de Edimburgo, Philip, que faleceu em abril de 2020. Em 6 de fevereiro deste ano, Elizabeth II celebrou os 70 anos no trono com o Jubileu de Prata.

Apesar de ter presenciado ao longo do século XX o desmembramento do Império Britânico, a rainha esteve a ponto de perder, em 2014, uma parte chave do reino, com o referendo sobre a independência da Escócia, quando rompeu a neutralidade que se impôs para pedir que os britânicos refletissem.

ELIZABETH II E VITÓRIA.

Separadas por quase um século, Elizabeth II, que nasceu em 1926, e Vitória, que nasceu em 1819, compartilham, além do recorde de permanência no trono, o fato de terem vivenciado grandes mudanças sociais e de alcançarem uma grande popularidade, apesar dos momentos difíceis.

No entanto, os reinados delas foram muito diferentes, e se Vitória reinou com autoritarismo sobre um vasto império, Elizabeth II teve que se adaptar à redução dos domínios e à sociedade democrática e multicultural que hoje é o Reino Unido.

Com o nome de Vitória, e seu consorte, o príncipe Albert, foram batizadas inúmeras localizações geográficas, desde lagos e cachoeiras na África, cidades do Texas (EUA) e Canadá, vastos estados na Austrália, paradisíacas ilhas no Oceano Índico e até uma região da Antártida.

Para as longevas monarcas, o papel dos consortes foi fundamentais, apesar que no caso de Albert da Saxônia-Coburg-Gotha, pai de seus nove filhos, se tratava mais como um conselheiro, mais discreto que o príncipe Philip.

Outro aspecto que une Vitória à tataraneta Elizabeth II, além das longas temporadas no castelo de Balmoral, na Escócia, é o respeito que seus reinados despertaram.

Vitória, a primeira rainha a ser fotografada e filmada, obteve o apreço dos súditos depois de um período de pouca popularidade, quando se retirou da vida pública após a morte, em 1861 do marido, que não era querido pelo público.

Em uma época de muito mais exposição midiática, Elizabeth II conseguiu, com seriedade e esforço, alcançar o respeito e o carinho dos britânicos, superando duros golpes para a monarquia, como divórcios e escândalos, e até mesmo a morte de Diana, primeira mulher do agora rei Charles III.

Assim como vitória fundou a era vitoriana, é de se esperar que historiadores falem na era elizabetana, marcada por uma família real mais profissionalizada, que graças a um bom trabalho de imagem, se tornaram um item de exportação do Reino Unido. EFE