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Genro de Trump comemora 2º aniversário dos Acordos de Abraão

12/09/2022 19h32

Washington, 12 set (EFE).- Jared Kushner, genro do ex-presidente americano Donald Trump e encarregado do processo de paz no Oriente Médio durante a gestão do sogro, celebrou nesta segunda-feira o segundo aniversário dos Acordos de Abraão, recordando que foram possíveis porque o governo adotou uma abordagem diferente.

"Disse a mim mesmo que o pior que poderia acontecer era fracassar, como todos os outros já tinham feito", disse em reunião em Washington organizada pelo grupo de reflexão conservador America First Policy Institute.

Com a ratificação dos Acordos de Abraão em 15 de setembro de 2020, na Casa Branca, Israel estabeleceu relações diplomáticas com Emirados Árabes e Bahrein.

A mediação da gestão Trump (2017-2021) facilitou aos Emirados Árabes e ao Bahrein se tornarem o terceiro e quarto países árabes, respectivamente, com relações diplomáticas com Israel, depois de Egito (1979) e Jordânia (1994).

"Dissemos a nós mesmos que enquanto fizéssemos coisas lógicas e racionais que pensávamos serem as coisas certas e fundamentais para a paz, valeria a pena, e tivemos a sorte de os nossos amigos da região terem trabalhado conosco para tentar fazer isso", ressaltou Kushner.

Trump assinou esses acordos na sua qualidade de mediador e se gabou de ter sido a primeira vez em 26 anos que Israel assinava um acordo diplomático com um país árabe, quebrando o consenso árabe de não estabelecer relações com os israelenses até que houvesse um acordo de paz e um Estado palestino.

Kushner entrou na gestão de Trump como assessor, mas sem experiência diplomática prévia.

"Foi tanto um trunfo como uma responsabilidade", admitiu nesta segunda-feira o marido da filha mais velha do ex-líder republicano, Ivanka Trump.

Ao alcançar estes acordos, recordou que era crucial focar nos interesses comuns.

"Um dos maiores problemas era que havia muito, não diria doutrinação histórica, mas havia um grande legado de queixas. Não havia canal para as pessoas se conectarem e compreenderem o que tinham em comum", analisou.

Os Acordos de Abraão aproximaram Israel e o mundo árabe, disse Kushner, que foi cofundador do Abraham Accords Peace Institute, um instituto lançado para reforçar os laços entre os membros do pacto e estimular a inclusão de novos signatários.

Na opinião dele, houve uma combinação das pessoas certas no momento certo.

"Trump brincou que salvar o Oriente Médio era um clichê, que isso não ia acontecer", disse o genro do ex-presidente, sublinhando que ele escolheu se reunir com as partes envolvidas para "obter o seu ponto de vista".

Sudão e Marrocos também se juntaram aos Acordos de Abraão. No caso marroquino, o estabelecimento de laços com Israel foi uma surpresa em 22 de dezembro de 2020, quando Trump anunciou no Twitter que os EUA reconheciam a soberania marroquina sobre o Saara Ocidental e que Rabat e Tel Aviv estavam normalizando as relações. EFE