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Calendário Pirelli 2024 e quilombo colombiano sem água: o futuro é negro?

Do Núcleo de Diversidade

11/12/2023 15h15

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"O mundo de amanhã será a África", declarou Achille Mbembe, filósofo camaronês e um dos principais estudiosos do pós-colonialismo. Para o estudioso, o futuro desse planeta nascerá do lado de lá do Atlântico. E será cada vez mais preto.

É esse conceito que norteia a 50ª edição do Calendário Pirelli. Fotografado pela primeira vez por um fotógrafo negro e africano, o ganês Prince Gyasi, de 28 anos, apresenta um calendário colorido, surreal e afroturista e traz nomes como a atriz Angela, Bassett a rainha Ramonda de "Pantera Negra" e a modelo Naomi Campbell. Outro grande destaque é o rei do povo Ashanti de Gana, Otumfuo Osei Tutu II.

Com diversas interpretações, para a pesquisadora Zaika Santos, o afrofuturismo tem a ver com tecnologia e inovação.

"Para mim, afrofuturismo é: arte, ciência, tecnologia e inovação africana e afrodescendente. Ou seja, o que foi historicamente negado a nós relacionado à presença de africanos e afrodescendentes no processo da história enquanto participação na construção do conhecimento universal."

Zaika Santos, multi-artista, pesquisadora, cientista e divulgadora científica do Afrofuturismo

Longe dos cliques, a realidade da ilha Santa Cruz del Islote, no Caribe Colombiano, não apresenta grandes perspectivas de futuro. Com 800 habitantes, a ilha é habitada majoritariamente por pessoas negras e jovens. Não há fome ou violência no local, porém, a população vive com sede. A água que se bebe na ilha é vendida por R$3 o litro, em média.

A realidade em Santa Cruz del Islote é uma das comunidades ao redor do mundo que convivem com o racismo ambiental. O termo é utilizado para explicar o motivo pelo qual as populações mais afetadas por desastres ambientais, ao redor do mundo, são negras. O caso mostra que um futuro negro depende de políticas ambientais para a população negra.

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PEGA A VISÃO

Zumbi Dos Palmares é um personagem não jogável que ajuda na batalha contra os invasores. Imagem: Reprodução.

"Comecei a fazer games no ano passado e a entender as mecânicas do game como linguagem. Com o Fortnite sendo um dos grandes expoentes desse mercado, pensei que poderia usar uma das mecânicas tradicionais do jogo, que é defender um território, junto com a história de Zumbi".

Alexandre Maio, desenvolvedor de games

Símbolo histórico da luta do movimento negro, o líder quilombola Zumbi dos Palmares avançou para o mundo digital como um personagem do game Fortnite. No jogo, que funciona com a lógica de battle royale, gênero que une elementos de exploração, sobrevivência e defesa de território, tem as dinâmicas usadas para recriar e protagonizar a luta de Zumbi dos Palmares. O jogo traz também a personagem Dandara, que também foi uma forte liderança em Palmares.

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A HISTÓRIA DA HISTÓRIA

O pensador quilombola Nêgo Bispo - Antonio Bispo dos Santos Imagem: Reprodução @rocadequilombo

Morreu esta semana o pensador e escritor quilombola Nêgo Bispo. Autor de artigos, poemas e livros, Bispo apresentou trabalhos afro-quilombolas e anticoloniais para analisar as desigualdades do país. Também foi referência na luta de movimentos sociais de luta pela terra. Nascido em 1959, no Vale do Rio Berlengas, Piauí, integrava o quilombo Saco Curtume, município de São João do Piauí, sendo o primeiro membro da sua família a ter acesso à alfabetização. Saiba mais!

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DANDO A LETRA

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