EUA analisam o que deu errado na execução de preso por injeção letal
A autópsia de um preso que morreu aparentemente de um ataque cardíaco durante uma execução fracassada foi iniciada nesta quarta-feira (30) no Estado norte-americano de Oklahoma, enquanto a governadora, Mary Fallin, pedia uma investigação sobre o que deu errado na câmara da morte.
Clayton Lockett, condenado por assassinato e estupro, morreu na terça-feira minutos depois que um médico pediu a suspensão do procedimento por causa de problemas com a injeção letal, levantando questões sobre novos coquetéis de pena de morte usados em Oklahoma e outros Estados.
A autópsia vai examinar os lugares da injeção nos braços de Lockett e a toxicologia das drogas em seu sistema, as quais foram administradas pela injeção letal, segundo a porta-voz do médico legista, Amy Elliott.
Os resultados da autópsia poderão ficar prontos em até um dia, mas os procedimentos de conclusão dos relatórios toxicológicos podem levar meses, afirmou ela.
Testemunhas da execução disseram que Lockett apertou a mandíbula e os punhos poucos minutos após as drogas serem injetadas e parecia estar sentindo dor. Os funcionários da prisão fecharam as cortinas da câmara de morte logo depois que ficou claro que havia problemas.
"Acreditamos que uma veia explodiu e as drogas não estavam funcionando como se previa", disse o porta-voz do Departamento de Correção estadual, Jerry Massie.
A governadora declarou em entrevista coletiva que pediu uma investigação, não só sobre a causa da morte de Lockett, mas para saber se o Departamento de Correção seguiu os protocolos para execução e até mesmo sobre os próprios protocolos.
A governadora Fallin também suspendeu por 14 dias a aplicação da pena de morte a Charles Warner, que estava programado para ser executado duas horas após Lockett na terça-feira à noite.
Ela disse que se a revisão não for concluída até 13 de maio, quando Warner deverá ser executado, essa data poderá ser novamente alterada.
As execuções de Lockett e Warner, condenados em crimes separados, tinham sido colocadas em espera durante várias semanas por causa de uma disputa judicial sobre um novo coquetel de injeção letal. Os advogados alegavam que o Estado estava ocultando informações cruciais sobre os medicamentos a serem utilizados.
Os advogados de condenados à morte argumentam que as substâncias usadas em Oklahoma e outros Estados poderiam causar uma morte desnecessariamente dolorosa, o que equivaleria a uma punição cruel e incomum em violação à Constituição dos EUA.
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