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Exército dispersa manifestantes na capital de Burkina Fasso

Joe Penney e Nadoun Coulibaly

De Ouagadougou

02/11/2014 15h12

O exército de Burkina Fasso dispersou milhares de manifestantes na capital e deu tiros para o alto nos arredores dos escritórios da TV estatal neste domingo (2), em uma tentativa de ampliar seu controle sobre o país após a saída do presidente Blaise Compaore há dois dias.

O governo de 27 anos de Compaore acabou abruptamente na sexta-feira após dois dias de protestos contra sua intenção de mudar a constituição para continuar no poder.

O exército indicou posteriormente o tenente-coronel Isaac Zida como líder de transição.

Mas neste domingo houve sinais de descontentamento com a indicação, e milhares de pessoas se reuniram na capital Ouagadougou para exigir retorno de um governo civil, em linha com a constituição do país do oeste da África.

Testemunhas disseram que o líder da oposição Saran Sereme e um general do exército, acompanhados de uma multidão de apoiadores, se dirigiram à emissora RTB Television neste domingo para se declarar responsáveis pela transição, mas foram expulsos pelo exército.

Tiros foram ouvidos na emissora e o canal foi tirado do ar. Não houve informações sobre feridos.

Logo depois, a guarda presidencial foi mobilizada para evitar acesso à praça central de Ouagadougou --local dos protestos contra Compaore na semana passada, onde três pessoas morreram e o parlamento foi incendiado.

Washington também pediu uma transferência de poder para autoridades civis, e um oficial das Nações Unidas alertou neste domingo sobre possíveis sanções caso Zida não desista do poder.