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Leilão da Celg-D, da Eletrobras, atrai apenas uma proposta, diz fonte

25/11/2016 18h56

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - Houve apenas uma proposta entregue para o leilão da distribuidora de eletricidade Celg-D, da Eletrobras, cuja sessão presencial está agendada para 30 de novembro, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto nesta sexta-feira.

Os interessados na companhia tinham até o meio-dia desta sexta-feira para entregar as propostas econômicas e a documentação exigida pela licitação, que marcará a primeira privatização do setor elétrico no governo de Michel Temer. A fonte não soube informar quem apresentou a oferta.

Se confirmada a validade da proposta na sessão presencial, que acontece na BM&FBovespa, o leilão movimentará ao menos 1,79 bilhão de reais, dos quais no mínimo 913 milhões de reais irão para os cofres da Eletrobras e o restante para o governo de Goiás.

O certame da Celg-D testa o apetite dos investidores por ativos no Brasil em um momento em que o governo do presidente Michel Temer pretende emplacar uma série de privatizações e concessões ao mesmo tempo em que o país enfrenta a maior recessão em décadas.

Anteriormente, o leilão da Celg-D havia sido agendado para 19 de agosto, mas acabou adiado dias antes devido à falta de apresentação de propostas por investidores.

O certame havia sido preparado e agendado ainda antes do afastamento da presidente Dilma Rousseff em processo de impeachment, a um preço mínimo de 2,8 bilhões de reais, que foi citado por elétricas como CPFL e Energisa como motivo para o fracasso da primeira tentativa de venda.

Procurado, o Ministério de Minas e Energia afirmou que o processo é coordenado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que não comentou o assunto imediatamente.

INTERESSADOS

Em meados de setembro o governo disse que ao menos sete empresas poderiam avaliar a aquisição da Celg-D, entre as quais a chinesa State Grid, a italiana Enel, a Neoenergia, da espanhola Iberdola, e as brasileiras Energisa e Equatorial.

"A State Grid é a grande favorita, eles são a bola da vez", disse o diretor da consultoria Excelência Energética, Erik Rego.

Em evento em São Paulo nesta semana, o vice-presidente de Operação e Manutenção da State Grid, Ramon Haddad, disse que a companhia avaliava participar da licitação, mas não deu detalhes.

Nesta sexta-feira, o diretor da Enel no Brasil, Carlo Zorzoli, disse que não comentaria a eventual participação porque o processo está em andamento.

Depois da Celg-D, a Eletrobras pretende vender outras seis distribuidoras de energia elétrica que atuam no Norte e Nordeste. As privatizações foram incluídas no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do governo federal, que também inclui aeroportos, rodovias e outros projetos.