Santos e Uribe pedem ajuda do papa Francisco para chegar à paz com as Farc
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o líder oposicionista Álvaro Uribe se reuniram com o papa Francisco no Vaticano nesta sexta-feira, em meio a esforços do governo de Bogotá para criar um consenso para um acordo de paz com os rebeldes marxistas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Em sua terceira visita ao Vaticano, Santos apelou pelo apoio de Francisco para encerrar uma guerra de 52 anos que matou mais de 220 mil pessoas e deslocou milhões.
"Precisamos de sua ajuda", disse Santos, que em novembro assinou um acordo de paz modificado depois de ver um pacto anterior ser rejeitado em um plebiscito. Ele presenteou o pontífice com uma caneta feita com uma bala de metralhadora.
Francisco, argentino que tem ajudado a mediar esforços diplomáticos em Cuba e na Venezuela, recebeu depois o senador e ex-presidente colombiano Uribe, que tem sido um dos críticos mais contundentes do novo acordo de paz.
Uribe argumenta que o novo entendimento, que não inclui exigências da oposição para que os membros das Farc cumpram penas de prisão tradicionais e sejam impedidos de formar partidos políticos, não é duro o suficiente com a guerrilha.
Os dois ex-aliados também conversaram juntos com Francisco durante cerca de 20 minutos. Uma foto divulgada pelo Vaticano os mostrou sentados lado a lado em uma mesa no escritório particular do papa.
Santos recebeu o Prêmio Nobel da Paz deste ano por seu empenho para chegar a um acordo mediante o qual cerca de 7 mil rebeldes estão agora se encaminhando para áreas especiais de desmobilização para entregar suas armas.
Francisco expressou seu endosso ao entendimento repetidamente ao longo dos últimos quatro anos. Na reunião desta sexta-feira, ele presenteou Santos com uma medalha e cópias das três encíclicas produzidas durante seu papado.
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