Conservadores de May ganham assento no parlamento britânico; oposição sofre derrotas
Por Darren Staples e Phil Noble
STOKE-ON-TRENT/WHITEHAVEN, Inglaterra (Reuters) - O Partido Conservador da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, obteve uma vitória história em uma eleição parlamentar extraordinária nesta sexta-feira, fortalecendo sua posição às vésperas das negociações da desfiliação britânica da União Europeia, o chamado Brexit, enquanto seus rivais sofreram contratempos danosos.
Os conservadores conquistaram o assento de Copeland, região do noroeste onde o Partido Trabalhista dominava desde 1935, o primeiro êxito obtido por um partido governista em uma votação de preenchimento de vaga parlamentar em 35 anos e um resultado que aumenta a pressão sobre o líder socialista opositor Jeremy Corbyn, já sob fogo cerrado.
Em Stoke-on-Trent, cidade do centro da Inglaterra, Paul Nuttall, líder do oposicionista, populista e anti-UE Partido da Independência do Reino Unido, não conseguiu superar uma maioria trabalhista apesar de quase 70 por cento dos eleitores locais terem apoiado o Brexit no referendo do ano passado, também lançando dúvidas seu futuro.
Os conservadores também viram sua fatia de votos crescer em Stoke na comparação com a eleição de 2015.
Os dois resultados apontam para um aumento do poder político de May na sequência da votação do Brexit, e serão usados como indício de que sua estratégia de buscar um rompimento total com a UE está contendo o populismo de direita crescente sem afetar sua capacidade de roubar votos de um Partido Trabalhista cada vez mais à esquerda.
Embora os trabalhistas tenham evitado o pior cenário de duas derrotas, Corbyn deve enfrentar novas críticas.
"O resultado... é um desastre para nós. Não deveríamos tentar insultar a inteligência das pessoas insinuando outra coisa", disse o parlamentar trabalhista John Woodcock à rádio BBC.
Muitos de seus colegas temem que a liderança de Corbyn esteja prejudicando sua luta por um Brexit "mais suave", que preservaria laços mais próximos com o mercado comum da UE, e que sua pauta da esquerda esteja tornando o partido inelegível antes do pleito nacional de 2020.
"Na verdade estamos a caminho de uma derrota histórica e catastrófica", afirmou Woodcock.
"Este é um momento em que o país realmente precisa de uma oposição eficiente, e eles precisam de uma alternativa ao que acho ser uma abordagem muito prejudicial que o governo conservador está adotando na questão da saída da União Europeia", disse.
Apesar do desassossego já antigo nos primeiros escalões de seu partido, é improvável que Corbyn tenha sua posição desafiada porque tem um apoio forte do movimento de base dos trabalhistas, que o reelegeu no ano passado após um golpe malsucedido.
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