Autor de ataque em Londres era britânico e foi investigado; Estado Islâmico assume autoria
Por William James e Elizabeth Piper
LONDRES (Reuters) - O homem que matou três pessoas perto do Parlamento britânico antes de ser morto a tiros pela polícia nasceu no Reino Unido e foi investigado uma vez por agentes de inteligência devido a suspeitas de extremismo violento, disse a primeira-ministra do país, Theresa May, nesta quinta-feira.
O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque por meio de um comunicado de sua agência de notícias, a Amaq.
"O perpetrador dos ataques ontem em frente ao Parlamento britânico em Londres é um soldado do Estado Islâmico e realizou a operação em resposta aos pedidos para se atacar cidadãos da coalizão", disse a agência do grupo, que perdeu território na Síria e no Iraque recentemente para forças locais que contam com o apoio de uma coalizão militar liderada pelos Estados Unidos.
A polícia britânica prendeu oito pessoas em seis locais de Londres e Birmingham no curso da investigação sobre o ataque de um lobo solitário cometido na quarta-feira, que May disse ter sido inspirado por uma ideologia islâmica distorcida. Quarenta pessoas ficaram feridas e 29 ainda estão hospitalizadas, sete delas em estado crítico.
O agressor cruzou a Ponte de Westminster de carro, atropelando pedestres pelo caminho, atravessou os portões do edifício do Parlamento e esfaqueou um policial desarmado fatalmente antes de ser baleado.
"O que posso confirmar é que o homem nasceu no Reino Unido e que alguns anos atrás foi investigado uma vez pelo MI5 devido a suspeitas de extremismo violento", disse a premiê ao Parlamento.
"Ele era uma figura periférica... não era parte do atual quadro de inteligência. Não havia inteligência anterior sobre sua intenção ou sobre o complô", afirmou, acrescentando que sua identidade será revelada quando o inquérito permitir.
A Ponte de Westminster e a área adjacente ao Parlamento ainda estavam isoladas na manhã desta quinta-feira, e uma fileira de investigadores examinava de joelhos o local onde o agressor foi abatido.
Os mortos foram duas pessoas do público, o policial esfaqueado e o perpetrador do ataque.
A rainha Elizabeth enviou condolências às pessoas afetadas pelo ataque. "Meus pensamentos, minhas orações e minhas mais profundas condolências estão com todos aqueles que foram afetados pela terrível violência de ontem", disse a monarca em comunicado.
A polícia havia estimado o saldo de mortes do ataque perto do Parlamento em cinco, mas revisou para quatro nesta quinta-feira. Foi o pior ataque do tipo no país desde 2005, quando 52 pessoas foram mortas por homens-bomba no sistema de transporte público de Londres.
Entre os feridos há 12 britânicos, três estudantes francesas, dois romenos, quatro sul-coreanos, um alemão, um polonês, um chinês, um norte-americano e dois gregos, disse May.
"Reunimo-nos aqui, no mais antigo de todos os Parlamentos, porque sabemos que a democracia e os valores que ela implica sempre irão prevalecer", afirmou.
"Um terrorista veio ao lugar onde pessoas de todas as nacionalidades e culturas compreendem o que significa ser livre e descontou sua raiva indiscriminadamente contra homens, mulheres e crianças inocentes".
Observou-se um minuto de silêncio no Parlamento e diante da sede da polícia da Nova Scotland Yard às 9h33 (horário local) em homenagem às vítimas -- 933 era o número do uniforme de Keith Palmer, o policial esfaqueado que perdeu a vida.
(Reportagem adicional de Costas Pitas, Kate Holton, Estelle Shirbon e Elisabeth O'Leary)
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