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Porta-aviões dos EUA segue para águas coreanas; China pede cautela a Trump

O porta-aviões USS Carl Vinson, dos EUA - Marinha dos EUA via AFP
O porta-aviões USS Carl Vinson, dos EUA Imagem: Marinha dos EUA via AFP

Ben Blanchard e Ju-min Park

Em Pequim e Seul

24/04/2017 08h36

O presidente da China, Xi Jinping, pediu que todos os lados demonstrem cautela durante um telefonema ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a Coreia do Norte nesta segunda-feira (24), enquanto o Japão realiza exercícios com o grupo de ataque de um porta-aviões norte-americano que ruma para águas coreanas.

Trump enviou o grupo de ataque para manobras no litoral da península coreana devido aos temores crescentes de que os norte-coreanos realizem outro teste nuclear em desafio a sanções da Organização das Nações Unidas (ONU).

Irritada com a aproximação do grupo de ataque do porta-aviões USS Carl Vinson, a Coreia do Norte disse nesta segunda-feira que a movimentação é "um ato extremamente perigoso daqueles que planejam uma guerra nuclear para invadir".

"Os Estados Unidos não deveriam perder o controle, mas analisar cuidadosamente qualquer consequência catastrófica de seu ato militar provocador tolo", disse o Rodong Sinmun, jornal oficial do governista Partido dos Trabalhadores, em um comentário nesta segunda-feira.

"A única coisa diante dos agressores são cadáveres", afirmou.

Dois destróieres japoneses se uniram ao grupo de ataque para exercícios no oeste do oceano Pacífico, e a Coreia do Sul disse nesta segunda-feira que também está negociando a realização de exercícios navais conjuntos.

Os EUA e seus aliados temem que Pyongyang esteja se preparando para realizar outro teste nuclear ou lançar mais mísseis balísticos.

A China é a única aliada da Coreia do Norte, mas tem expressado revolta com seus programas nuclear e de mísseis e frustração com a beligerância do regime.

Pequim, que vem pedindo a desnuclearização da península coreana, está cada vez mais receosa de que a situação saia de controle, levando a uma guerra e ao colapso total de seu vizinho isolado e empobrecido.

Em uma conversa por telefone, Xi disse a Trump que seu país se opõe resolutamente a qualquer ação que contrarie as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, segundo o Ministério das Relações Exteriores chinês.

A China "espera que todos os lados relevantes demonstrem cautela e evitem fazer qualquer coisa que piore a situação tensa na península", disse a chancelaria em um comunicando, parafraseando Xi.

A questão nuclear só pode ser resolvida rapidamente com todos os países relevantes seguindo na mesma direção, e a China está disposta a trabalhar com todas as partes, inclusive os EUA, para garantir a paz, disse Xi.

(Reportagem adicional de Takashi Umekawa e Linda Sieg, em Tóquio; James Pearson, em Seul; Philip Wen e Michael Martina, em Pequim; e Steve Holland em Washington)