Ativista chinês ganhador do Nobel é libertado sob condicional devido a câncer avançado
Por Christian Shepherd e Benjamin Kang Lim
PEQUIM (Reuters) - O chinês Liu Xiaobo, ativista de direitos humanos e ganhador do Nobel da Paz, foi libertado da prisão sob condicional por motivos de saúde e está sendo tratado de um câncer de fígado em estado avançado em um hospital, disse seu advogado nesta segunda-feira em mensagens vistas pela Reuters.
Liu, de 61 anos, foi condenado a 11 anos de prisão em 2009 por "incitar a subversão do poder estatal" depois de ajudar a redigir uma petição conhecida como "Carta 08" pedindo reformas políticas abrangentes na China.
Em dezembro de 2010, Liu recebeu o Nobel da Paz por seu ativismo em defesa dos direitos humanos na China, levando Pequim a congelar seus laços diplomáticos com a Noruega. Os dois países normalizaram as relações em dezembro do ano passado.
Shang Baojun, o advogado de Liu, confirmou, em mensagens vistas pela Reuters, a notícia sobre o tratamento de seu cliente na cidade de Shenyang e disse que a condicional de saúde foi aprovada.
Quando indagado sobre Liu, o Ministério das Relações Exteriores chinês, o único órgão do governo que responde perguntas da mídia estrangeira com frequência, disse não estar a par da situação.
O Ministério da Segurança Pública e o Ministério da Justiça não responderam de imediato a pedidos de comentários por fax.
Liu Xia, a esposa de Liu, que está sujeita a prisão domiciliar desde que seu marido recebeu o Nobel, está sofrendo de depressão, mas tem tido permissão de visitá-lo na prisão cerca de uma vez por mês, disse à Reuters uma fonte próxima do dissidente.
Liu não teve autorização para comparecer ao enterro de seu sogro no ano passado nem ao de sua sogra neste ano, disse a fonte, que pediu para não ser identificada. Liu esteve encarcerado na Penitenciária Jinzhou, em Liaoning, sua província natal no nordeste da China, antes de ser transferido ao hospital para tratamento.
Um homem que atendeu o telefone no hospital de Shenyang onde Liu está sendo tratado disse não poder verificar informações sobre casos específicos, já que existem muitos pacientes no local.
O grupo de direitos humanos Anistia Internacional também confirmou a notícia sobre a doença de Liu em um tuíte.
O pesquisador da China da Anistia, William Nee, disse que as autoridades deveriam providenciar cuidados médicos adequados a Liu, e pediu a libertação imediata e incondicional do ativista e de sua esposa.
Ele também pediu que o Comitê do Nobel e a comunidade internacional se pronunciem "com firmeza" em defesa de Liu agora.
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