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May propõe manter benefícios de cidadãos da UE que moram no Reino Unido após Brexit

26/06/2017 15h45

Por Elizabeth Piper e David Milliken

LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, revelou nesta segunda-feira detalhes dos planos do governo para proteger os direitos de cidadãos da União Europeia que moram no Reino Unido, e disse que o governo irá trabalhar para oferecer-lhes essencialmente os mesmos benefícios dos cidadãos britânicos.

Um acordo sobre os direitos que os cidadãos da UE terão após a desfiliação britânica do bloco, o chamado Brexit, é uma das questões mais fáceis para os dois lados resolverem, já que tanto o Reino Unido quanto o restante da UE querem oferecer garantias aos milhões de seus cidadãos que residem no exterior.

Mas o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, disse que Londres precisa de "mais ambição, clareza e garantias" em sua posição. "Objetivo da UE quanto aos direitos dos cidadãos: mesmo nível de proteção da lei da UE", tuitou.

Refletindo a complexidade de relações familiares nascidas de mais de 40 anos de filiação ao bloco, alguns parlamentares exigiram clareza sobre o que as mudanças significam para familiares de cidadãos da UE e cônjuges de Estados de fora do bloco.

Um grande senão --que o ministro do Brexit, David Davis, disse no final de semana que será a grande desavença do verão local-- é que o Reino Unido não irá obedecer aos veredictos do Tribunal de Justiça da União Europeia, uma instituição que a UE exige estar envolvida.

"Quero garantir completamente às pessoas que, mediante estes planos, não se pedirá que nenhum cidadão da UE atualmente no Reino Unido legalmente parta no momento em que o Reino Unido deixar a UE. Queremos que vocês fiquem", disse ela durante uma sessão tumultuada no Parlamento, acrescentando alguns detalhes a uma proposta feita a Bruxelas na sexta-feira.

"Acredito que é uma oferta generosa".

May fez a oferta poucas horas depois de obter um acordo com o Partido Democrático Unionista da Irlanda do Norte (DUP) para fortalecer seu governo de minoria, algo necessário para lhe dar uma chance melhor de aprovar leis que facilitem o encaminhamento do Brexit durante os dois anos de conversas.

Mas sua autoridade está enfraquecida e sua estratégia para a separação está sendo questionada abertamente tanto dentro quanto fora de seu Partido Conservador desde que ela perdeu a maioria parlamentar em uma eleição que não precisava ter convocado – e a UE está determinada a tirar proveito de sua vantagem.

Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, principal sigla da oposição britânica, disse que a estatura reduzida de May desde que perdeu sua maioria na eleição de 8 de junho significa que ela não é mais capaz de obter um bom acordo de desfiliação da UE.

(Reportagem adicional de Jan Strupczewski e Gabriela Baczynska em Bruxelas)