Multidão reúne-se em Istambul contra a repressão pós-golpe na Turquia
Por Umit Bektas e Humeyra Pamuk
ISTAMBUL (Reuters) - O principal líder da oposição da Turquia declarou a uma grande manifestação neste domingo que o país está vivendo sob uma ditadura e prometeu continuar desafiando a pressão das autoridades, após o golpe militar fracassado do ano passado.
Falando a centenas de milhares de pessoas balançando bandeiras turcas e cartazes exigindo justiça, Kemal Kilicdaroglu afirmou que sua marcha de 25 dias de Ancara a Istambul - culminando no comício de domingo em Istambul - foi o primeiro passo de uma longa campanha.
"Nós vamos derrubar os muros do medo", disse ele a uma multidão que se reuniu para recebê-lo ao fim de sua marcha de 425 quilômetros desde a capital turca.
A marcha de protesto de Kilicdaroglu reuniu um apoio apenas modesto nos primeiros dias, mas mais pessoas juntaram-se a ele e o ato acabou se tornando o maior protesto contra a repressão que já dura um ano lançada pelo partido governista AK, do presidente Tayyip Erdogan, após a tentativa de golpe.
"O último dia da nossa Marcha da Justiça é um novo começo, um novo passo", disse Kilicdaroglu, um político veterano de 68 anos. "Direitos, lei, justiça", cantou a multidão de volta.
Ele pediu que o governo encerre o estado de emergência instalado depois do golpe frustrado de julho 2016, liberte jornalistas da prisão e restaure a independência das cortes da Turquia.
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