Topo

Rússia busca acalmar tensões sobre exercícios militares, e nega planos de invasão

29/08/2017 13h32

Por Andrew Osborn e Maria Tsvetkova

MOSCOU (Reuters) - A Rússia tentou acalmar temores sobre exercícios militares que planeja conduzir no próximo mês, dizendo nesta terça-feira que a atividade em larga escala simulará um cenário simplesmente defensivo e que alegações de isso seria um trampolim para invadir a Polônia, a Lituânia ou a Ucrânia são falsas.

Os exercícios militares Zapad-2017 causaram apreensão em alguns países porque os soldados e o material militar russos estarão treinando dentro da Belarus, uma aliada da Rússia que tem fronteira com a Ucrânia, assim como com os Estados membros da Otan Polônia, Letônia e Lituânia.

A Rússia já usou exercícios do tipo no passado como um precursor ou como um pretexto para projetar força em outros países como a Geórgia e a Ucrânia, e a simulação acontece em um momento em que tensões com o Ocidente estão altas.

O tenente-general Ben Hodges, o principal general do Exército norte-americano na Europa, disse à Reuters no mês passado que os aliados dos Estados Unidos no leste europeu estão preocupados que os exercícios possam ser um "cavalo de Troia" com o objetivo de deixar para trás equipamentos militares levados para a Bielorrúsia.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que alertou que "substancialmente mais" soldados do que o número divulgado oficialmente podem vir a participar do exercício, disse na semana passada que a aliança observará com atenção as atividades.

O vice-ministro de Defesa da Rússia, Alexander Fomin, disse nesta terça-feira que o Ocidente não tem nada a temer.

"Algumas pessoas chegam até a dizer que os exercícios Zapad-2017 serão usados como um trampolim para invadir e ocupar a Lituânia, a Polônia e a Ucrânia", disse Fomin.

"Nenhuma dessas versões paradoxais tem qualquer relação com a realidade". Ele chamou as alegações de que a Rússia representa uma ameaça para qualquer um de "mitos".

(Reportagem adicional de Dmitry Solovyov e Maria Kiselyova em Moscou e Andrey Makhovsky em Minsk)