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Raúl Castro se reúne com ministro da Coreia do Norte em meio a esperanças de que Cuba ajude a diminuir tensões

24/11/2017 20h24

Por Sarah Marsh

HAVANA (Reuters) - O presidente cubano, Raúl Castro, se encontrou nesta sexta-feira com o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, em meio a esperanças de que a ilha possa conseguir convencer seu aliado asiático a evitar um confronto com os Estados Unidos.

A Coreia do Norte enfrenta pressão sem precedentes dos Estados Unidos e da comunidade internacional para cessar seus programas nuclear e de mísseis. Cuba tem mantido laços diplomáticos próximos com a Coreia do Norte desde 1960, mas se opõe a armas nucleares.

“No encontro fraternal, ambos lados comentaram sobre a amizade histórica entre as duas nações e conversaram sobre tópicos internacionais de interesse mútuo”, relatou a TV estatal cubana em sua transmissão ao meio dia.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse na quinta-feira que havia conversado com Castro no ano passado sobre a possibilidade de trabalharem juntos para neutralizar tensões globais com a Coreia do Norte.

“Podemos passar mensagens através de canais surpreendentes?”, perguntou Trudeau em sessão de perguntas e respostas após um discurso.

“Isto foi um tópico de conversa quando eu encontrei o presidente Raúl Castro no ano passado. Estas são as coisas em que o Canadá pode, eu acho, desempenhar uma função que os Estados Unidos escolheram não desempenhar, no ano passado.”

O Canadá possuía um interesse em buscar soluções, não só por conta da segurança regional mas também porque o trajeto de voo de possíveis mísseis norte-coreanos iria passar sobre seu território, disse Trudeau.

A Coreia do Norte está trabalhando no desenvolvimento de mísseis equipados com ogiva nuclear capaz de atingirem solo norte-americano, buscando alcançar o que Ri chamou de “um equilíbrio real de poder com os Estados Unidos”.

Ri se encontrou nesta semana com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, e os ministros denunciaram “listas e designações unilaterais e arbitrárias” dos Estados Unidos que levaram a “medidas coercivas contrárias à lei internacional”, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores de Cuba.

Os ministros pediram “respeito às soberanias dos povos” e “resolução pacífica de disputas”, de acordo com um comunicado do ministério.