Topo

UE dá à premiê britânica May "prazo absoluto" de 10 dias para acordo do Brexit

24/11/2017 18h24

Por Alastair Macdonald e Elizabeth Piper

BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia deu à primeira-ministra britânica, Theresa May, um “prazo absoluto” de 10 dias para melhorar sua oferta de divórcio com a União Europeia, o chamado Brexit, caso contrário enfrentará um fracasso na tentativa de convencer líderes da UE a iniciar conversas comerciais com o Reino Unido em uma cúpula em dezembro.

Sem um acordo no próximo mês, o tempo será apertado para concordar com os preparativos antes do Reino Unido deixar a UE em março de 2019, acrescentando pressão a empresas para evitar possíveis perdas e transferências de investimentos.

“Nós precisamos ver progressos do Reino Unido dentro de 10 dias em todas as questões, incluindo sobre a Irlanda”, tuitou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, após se encontrar com May em Bruxelas por uma hora depois de uma cúpula da UE.

Um acordo sobre a fronteira da Irlanda do Norte se tornou subitamente mais complicado nesta sexta-feira, em um momento em que o governo da Irlanda corre o risco de cair.

Tusk disse ainda ser possível que os outros 27 líderes da UE concluam em uma cúpula em 14 e 15 de dezembro que o Reino Unido teve “progresso suficiente” em relação ao cumprimento de condições essenciais para que aprovem a abertura de conversas comerciais no próximo ano.

Mas, acrescentou o ex-premiê polonês que preside os encontros da cúpula do bloco, isto é “ainda um grande desafio”.

Autoridades da UE esperam que a decisão aconteça quando May retornar na segunda-feira, 4 de dezembro, para se encontrar com o chefe do Executivo da UE, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o negociador-chefe britânico do Brexit, Michel Barnier.

“Tusk apresentou a linha do tempo... com 4 de dezembro como prazo absoluto para o Reino Unido fazer esforços adicionais, permitindo que Barnier esteja em uma posição para recomendar progresso suficiente”, disse uma autoridade da UE. “May concordou com este período de tempo”.

“O Reino Unido irá precisar dar garantias críveis sobre como evitar uma fronteira dura antes de 4 de dezembro, conforme isto ainda é incerto sobre como ser feito”, acrescentou a autoridade.

Mais uma complicação está na Irlanda, onde o primeiro-ministro Leo Varadkar, que alertou sobre um veto caso não existam grandes ações britânicas sobre a questão fronteiriça, pode convocar uma eleição antecipada na próxima semana.

May disse a repórteres após encontro com Tusk que os dois lados ainda estavam tendo progresso para fechar lacunas sobre um acordo financeiro, direitos para expatriados após o Brexit e sobre como evitar uma “fronteira dura” que pode perturbar a paz na Irlanda do Norte.

Mas ela acrescentou: “Ainda há questões sobre vários assuntos que nós estamos negociando para serem resolvidas”.

Ela repetiu uma frase que usou pela primeira vez em setembro, de que o Reino Unido irá “honrar nossos compromissos”, mas não houve detalhes sobre o que as contrapartes da UE estão exigindo a respeito de pagamentos britânicos antes de aderirem ao pedido de Londres para conversas sobre um acordo comercial pós-Brexit.        

(Reportagem adicional de Jan Strupczewski e Robin Emmott)