Topo

Rússia reafirma compromisso com pacto que vetou míssil nuclear

O presidente da Rússia, Vladimir Putin - Foto: AFP
O presidente da Rússia, Vladimir Putin Imagem: Foto: AFP

Em Moscou

09/12/2017 15h31

A Rússia informou neste sábado (9) estar totalmente comprometida com o pacto da era da Guerra Fria com os Estados Unidos que baniu mísseis de cruzeiro de médio alcance, um dia após o governo norte-americano acusar Moscou de violar o tratado.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou na sexta-feira (8) estar revendo opções militares, incluindo um novo sistema de mísseis de cruzeiro de médio alcance, em resposta ao que afirmou ser a violação pela Rússia do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário de 1987.

O alerta foi a primeira resposta da administração do presidente Donald Trump às acusações dos Estados Unidos, feitas pela primeira vez em 2014, de que a Rússia teria lançado um míssil de cruzeiro a partir do solo violando a proibição do pacto de testar e lançar mísseis de cruzeiro com alcance de 500 a 5.500 quilômetros.

O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, afirmou que tais alegações são "absolutamente infundadas".

"Elas não são apoiadas pelas características técnicas da instalação de lançamento que supostamente não cumpre o tratado, ou por dados de telemetria do voo. Nada. E é compreensível o porquê -- porque simplesmente não existe", disse ele em nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.

Ecoando comunicados russos anteriores, Ryabkov afirmou que a Rússia está totalmente comprometida com o tratado, sempre o cumpriu rigorosamente e está preparada para continuar o fazendo. "No entanto, se o outro lado parar de segui-lo, seremos forçados, como o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, já disse, a responder na mesma moeda", acrescentou ele.

A alegação norte-americana tensionou ainda mais as relações entre Moscou e Washington, e o Departamento de Estado insinuou na sexta-feira possíveis sanções econômicas por causa da questão.

Washington já sancionou entidades e indivíduos russos, incluindo pessoas próximas a Putin, pela tomada por Moscou da Crimeia, em 2014, da Ucrânia e pela sua suposta interferência na eleição presidencial norte-americana de 2016. O Kremlin negou repetidamente interferir nas eleições. Ryabkov afirmou que "as tentativas de nos assustar com sanções" eram risíveis.

"É hora de os políticos e diplomatas norte-americanos entenderem que pressão econômica e militar sobre a Rússia não irá funcionar", disse ele.