Kremlin investigará pedido de boicote a Putin feito por opositor
Por Andrew Osborn e Polina Nikolskaya
MOSCOU (Reuters) - Centenas de celebridades, esportistas e políticos da Rússia indicaram o presidente Vladimir Putin para a reeleição nesta terça-feira, horas depois de o Kremlin ter dito que quer o líder opositor Alexei Navalny investigado por ter pedido um boicote à votação.
Navalny convocou o boicote à eleição de 18 de março na segunda-feira, depois que a comissão eleitoral central da Rússia determinou que ele é inelegível devido a uma pena de prisão suspensa.
O advogado de 41 anos, que afirmou estar sendo excluído devido a acusações falsas porque o Kremlin está ficando assustado, disse que usará sedes de campanha em todo o país para questionar a legitimidade do pleito e organizar protestos. Nesta terça-feira o Kremlin, que aponta que pesquisas mostram Putin como favorito absoluto e Navalny muito atrás, preparou o terreno para uma possível ação policial contra Navalny e seus apoiadores, cujas manifestações já foram interrompidas. "Os pedidos de boicote exigirão um estudo meticuloso para se ver se estão ou não de acordo com a lei", informou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres em uma teleconferência. Recusando-se a comentar a decisão de barrar Navalny, Peskov minimizou as alegações de que a eleição presidencial seria uma farsa sem o líder opositor, que criou fama capitalizando as redes sociais e realizando investigações de corrupção de autoridades de primeiro escalão. "O fato de que um dos pretensos candidatos não está participando não afeta a legitimidade da eleição", disse Peskov. Horas depois Putin, de 65 anos, foi celebrado por seus apoiadores, quase 700 dos quais prometeram apoiá-lo para a reeleição – mais do que os 500 exigidos para iniciar uma candidatura à Presidência. A agenda do próprio Putin estava cheia demais para que ele comparecesse ao evento de indicação em Moscou, segundo o Kremlin, mas ele deve apresentar a documentação necessária à comissão eleitoral central pessoalmente nos próximos dias. O ex-agente da KGB está concorrendo como independente, uma medida vista como uma forma de fortalecer sua imagem de "pai da nação", ao invés de um representante da política partidária. O partido governista, Rússia Unida, e o Simplesmente Rússia declararam seu apoio ao presidente. Se, como esperado, ele conquistar a reeleição, Putin, que domina o cenário político russo há 17 anos, poderá cumprir mais um mandato de seis anos até 2024, quando completa 72 anos. A União Europeia também questionou a decisão de impedir Navalny de concorrer. "(Ela) lança uma dúvida séria sobre o pluralismo político na Rússia e a perspectiva de eleições democráticas no ano que vem", disse o Serviço de Ação Externa da UE (EEAS), em um comunicado.
"Acusações politicamente motivadas não deveriam ser usadas contra a participação política", disse o EEAS, que exortou as autoridades russas a "fazerem com que exista espaço para a disputa" em todas as eleições russas (Reportagem adicional de Denis Pinchuk em Moscou e Robin Emmott em Bruxelas)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.