Universidades prestigiadas dos EUA não rejeitarão estudantes que protestarem contra armas
Por Gina Cherelus
(Reuters) - Dezenas de faculdades e universidades norte-americanas, incluindo pelo menos três membros da Ivy League, disseram que seus processos de inscrição não irão considerar ações disciplinares adotadas contra estudantes que protestaram contra o massacre em um colégio da Flórida na semana passada.
Muitas autoridades escolares ameaçaram suspender estudantes do Ensino Médio que participarem das caminhadas nacionais pelo controle de armas e outros protestos convocados pelos sobreviventes do ataque que deixou 17 mortos na escola Marjory Stoneman Douglas, em Parkland. Em certos casos, tais medidas disciplinares podem afetar as chances dos estudantes entrarem na faculdade de sua escolha.
O movimento #NeverAgain (#NuncaMais, em tradução livre), liderado por estudantes, foi lançado após o massacre em 14 de fevereiro, que reacendeu o debate pelo controle de armas repentinamente e pode influenciar as eleições de meio de mandato nos Estados Unidos.
"A Yale não irá anular a decisão de admitir qualquer pessoa que tenha participado de marchas pacíficas por esta ou outras causas, apesar de qualquer política disciplinar dos colégios de Ensino Médio", disse Hannah Mendlowitz, diretora assistente para admissões e recrutamento da Universidade de Yale, em mensagem divulgada em um blog na sexta-feira.
"Eu, por exemplo, estou torcendo por estes estudantes aqui em New Haven", disse Mendlowitz.
Além de Yale, mais de 40 universidades, incluindo Brown, Dartmouth e o Massachusetts Institute of Technology (MIT) divulgaram declarações apoiando estudantes interessados, que podem atender ao chamado dos sobreviventes de Parkland e arriscar sofrerem uma ação disciplinar por se juntarem aos protestos.
Sobreviventes do tiroteio de Parkland têm exigido que os parlamentares restrinjam a venda de armas e estão mirando políticos financiados pelo grupo National Rifle Association (NRA), a favor das armas.
Com o aumento da pressão sobre a NRA, vários de seus parceiros corporativos disseram que estão cortando laços publicitários com a organização a favor dos direitos de posse de armas.
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