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Aliados dos EUA são pegos em fogo cruzado de sanções a armas da Rússia

24/04/2018 11h18

Por Sanjeev Miglani

NOVA DÉLHI (Reuters) - As sanções dos Estados Unidos a exportações militares da Rússia frearam um acordo de 6 bilhões de dólares com a Índia e podem frustrar compras de armas de outros aliados asiáticos dos EUA, de acordo com especialistas.

Conforme uma lei que o presidente norte-americano, Donald Trump, assinou em agosto, qualquer país que fizer negócios com os setores de defesa e inteligência da Rússia enfrentará sanções.

A lei foi concebida para punir o presidente russo, Vladimir Putin, pela anexação da península ucraniana da Crimeia em 2014 pelo envolvimento na guerra civil da Síria e a interferência na eleição presidencial norte-americana de 2016.

Mas os aliados de Washington que compram armas e equipamentos da Rússia, a segunda maior exportadora de armas do mundo, também podem ser afetados.

O caso mais exemplar é a Índia, que quer comprar cinco sistemas russos S-400 de mísseis terra-ar de longo alcance que seus militares veem como um divisor de águas. Os sistemas são anunciados como capazes de repelir mísseis balísticos e aeronaves antiradar que a China está desenvolvendo, e de superar as capacidades do Paquistão, o maior adversário indiano.

O pacto, que Putin e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, firmaram como parte de um acordo intergovernamental em 2016, infringi a lei de sanções dos EUA, disseram autoridades de Nova Délhi.

Indonésia e Vietnã também compram armas de Moscou, mas são aliados regionais dos EUA. Jacarta fechou um acordo de 1,14 bilhão de dólares para adquirir caças Sukhoi recentemente, e o Vietnã está em busca de mais caças-bombardeiros russos.

Como a Almaz-Antey Air e a Space Defense Corporation, que fabrica o S-400, e a Rosoboronexport, que negocia os acordos de exportações da Rússia, foram sancionadas, os acordos se tornaram mais complicados.

Uma fonte russa a par do acordo indiano dos S-400 disse que "muito dependerá da confiança e sanidade de nossos parceiros indianos".

(Reportagem adicional de Greg Torode, em Hong Kong; Gleb Stolyarov, em Moscou; e Kanupriya Kapoor, em Jacarta)