Secretário de Defesa dos EUA ignora ameaça do Irã enquanto crescem tensões após ataque
Por Phil Stewart e Bozorgmehr Sharafedin
WASHINGTON/LONDRES (Reuters) - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, descartou as ameaças de vingança do Irã nesta segunda-feira após o ataque ao desfile militar de sábado no sudoeste do Irã e disse que é "ridícula" a acusação de Teerã de que haveria envolvimento dos Estados Unidos.
O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, afirmou na segunda-feira que os agressores que mataram 25 pessoas em um desfile militar foram pagos pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, e que o Irã "puniria severamente" os envolvidos no derramamento de sangue.
O vice-chefe da Guarda Revolucionária do Irã também acusou os Estados Unidos e Israel de envolvimento no ataque e disse que eles deveriam esperar uma resposta devastadora.
Mattis disse a jornalistas no Pentágono que a ameaça do Irã não lhe preocupa.
"Nós já deixamos muito claro que eles não deveriam nos enfrentar assim. E tenho esperanças de que atitudes mais calmas, mais sábias, irão prevalecer", disse Mattis.
"Até agora eles culparam pelo menos três países e um grupo terrorista, eu acho. Vamos ver até onde a lista vai. Mas seria bom se eles soubessem do que eles estão falando antes de começarem a falar".
Na cidade de Ahvaz, no sudoeste do país, milhares lotaram as ruas para homenagear os mortos do ataque do último sábado, muitos deles gritando "Morte a Israel e à América". Doze membros de elite da Guarda Revolucionária estão entre os mortos no ataque.
Os caixões, embrulhados em bandeiras, foram carregados pelos presentes. Muitos seguravam fotos de um menino de quatro anos morto no incidente, um dos piores ataques contra a mais poderosa força militar do Irã.
O Ministério de Inteligência do Irã disse que 22 pessoas haviam sido presas em conexão com o ataque.
"Armas, material explosivo e equipamentos de comunicação foram apreendidos na casa que pertencia ao grupo de cinco membros que perpetrou o ataque", disse uma nota do ministéro, de acordo com a agência de notícias semi-oficial Tasnim.
Atiradores dispararam em direção a um camarote onde oficiais estavam reunidos para assistir ao desfile anual que marca o início da guerra entre Irã e Iraque entre 1980 e 1988.
As agências de notícias Fars e Irna disseram na segunda-feira que os cinco atiradores foram mortos, e não quatro, como a mídia estatal havia reportado anteriormente. O corpo do quinto atirador ainda não havia sido identificado por estar entre as outras vítimas, segundo a agência Fars.
"Baseado em relatos, esse ato covarde foi feito por pessoas que os americanos ajudam quando elas estão presas na Síria ou no Iraque, financiadas pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos", disse Khamenei em seu website.
O brigadeiro da Guarda Hossein Salami, em um discurso no canal estatal de televisão disse: "Vocês já viram nossa vingança antes. Vocês verão que nossa resposta será esmagadora e devastadora e vocês se arrependerão do que fizeram".
A agência de notícias Tasnim citou Salami, que teria dito que o "crime horrível" expôs o lado negro da aliança que os Estados Unidos, Arábia Saudita e Israel criaram para contrapor a influência iraniana na região.
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