Otan inicia maiores manobras desde a Guerra Fria às vésperas do inverno europeu
Por Terje Solsvik
OSLO (Reuters) - Forças militares de 31 países iniciaram nesta quinta-feira o maior exercício da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em décadas, que se estende do Mar Báltico à Islândia, praticando manobras militares perto da Rússia, que também realizou um grande exercício militar no mês passado.
Com temperaturas abaixo de zero em campos de treinamento do centro da Noruega que deram uma ideia do que significa defender o vasto flanco norte da Otan, cerca de 50 mil soldados, 250 aeronaves e 10 mil tanques, caminhões e outros veículos terrestres se aprontaram para a ação.
"Estamos aqui agora, no norte, demonstrando nossa capacidade de aplicar uma grande força a um problema que é um problema do Artigo 5", disse o almirante norte-americano James Foggo, referindo-se à promessa de defesa mútua entre membros da Otan constante do tratado da entidade.
Apelidado de Conjuntura Tridente e comandado por Foggo, o exercício é de longe o maior na Noruega desde o início dos anos 1980, um sinal de que a aliança quer afiar suas defesas depois de anos de cortes de gastos e missões de combate em locais distantes.
"Trouxemos o equivalente a sete brigadas de combate ao longo do último mês. Isso é impressionante, e operaremos aqui pelas próximas duas semanas no que é um ambiente inclemente no mar e na terra", disse Foggo à Reuters.
Cada vez mais preocupada com a Rússia desde que esta anexou a Crimeia em 2014, a Noruega se empenhou em dobrar o número de fuzileiros navais norte-americanos que recebem treinamento em seu território a cada ano, uma medida criticada por Moscou.
No mês passado a Rússia realizou suas maiores manobras desde 1981, apelidadas de Vostok-2018 (Ocidente-2018), mobilizando 300 mil tropas em uma demonstração de força próxima da fronteira com a China e que incluiu exercícios conjuntos com os Exércitos chinês e mongol.
Inicialmente os jogos de guerra da Otan deveriam envolver 35 mil soldados, mas o número aumentou nos últimos meses, inclusive com a adição tardia do porta-aviões USS Harry S. Truman, que tem cerca de 6 mil efetivos.
(Reportagem adicional de Lefteris Karagiannopoulos)
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