Bolsonaro diz que vai negociar com governo Temer medidas no Congresso, inclusive reforma da Previdência
(Reuters) - O presidente eleito Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que vai conversar com o governo do presidente Michel Temer na próxima semana para discutir projetos que possam ser aprovadas ainda este ano no Congresso Nacional, incluindo a reforma da Previdência.
Em entrevista à TV Record, Bolsonaro disse também que irá tentar impedir que o Congresso aprove neste ano medidas chamadas pautas-bomba, para que não afetem ainda mais as contas públicas do país.
"Semana que vem estaremos em Brasília e buscaremos junto ao atual governo de Michel Temer aprovar alguma coisa no que está em andamento lá, como a reforma da Previdência, senão no todo, em parte do vai sendo proposto, o que evitaria problemas para o futuro governo", disse ele.
"Vamos também buscar maneiras de evitar as tidas pautas-bomba, que estamos com déficit monstruoso e não podemos aumentar esse déficit ainda mais a partir do ano que vem sob o risco de o Brasil entrar em colapso."
O presidente eleito também afirmou que iniciará o processo de privatização pelas estatais que são deficitárias e disse que as empresas públicas que não cumprirem metas estarão sujeitas a serem vendidas à iniciativa privada.
Bolsonaro também concordou com a avaliação feita na noite de domingo pelo economista Paulo Guedes, futuro ministro da Fazenda do governo do capitão da reserva do Exército, de que o Mercosul não deve ser prioridade do futuro governo. Para o presidente eleito, o bloco comercial "tem sua importância, mas está supervalorizado".
Ao tratar sobre comércio exterior, Bolsonaro defendeu a ampliação das relações com os Estados Unidos. Ele disse, inclusive, que a conversa que teve por telefone com o presidente dos EUA, Donald Trump, na véspera foi mais longa do que a que teve com outros líderes mundiais.
PRESIDÊNCIA DA CÂMARA
Bolsonaro voltou a dizer que pretende indicar o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos em primeira instância da Lava Jato no Paraná, a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) e também aventou a possibilidade de nomear o magistrado ao Ministério da Justiça.
O presidente eleito afirmou que ainda vai procurar Moro para uma conversa e disse que, se o juiz, responsável pela condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estiver disposto, ele poderá ajudar seu governo.
O capitão da reserva também disse na entrevista que gostaria que seu partido, o PSL, não entre na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, como forma de garantir a governabilidade à sua gestão.
Bolsonaro, que defendeu uma distribuição entre as vagas da Mesa Diretora da Câmara entre os vários partidos políticos com representação na Casa, disse que proporá um "pacotão" de medidas ao Legislativo visando diversas áreas.
"A gente pretende botar um pacotão de medidas que vai atender o agronegócio, a agricultura familiar, a segurança jurídica que o homem do campo precisa, atender à questão da segurança pública para que nós possamos exercer de fato o legítimo direito à defesa, atender às Forças Armadas, os policiais", disse ele na entrevista.
"Com esse pacotão de medidas, todos se beneficiam, e o Brasil fica melhor para todo mundo", avaliou.
(Por Eduardo Simões)
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