Dinamarca diz suspeitar de tentativa de ataque do serviço de inteligência do Irã
COPENHAGUE (Reuters) - A Dinamarca disse nesta terça-feira que suspeita que o serviço de inteligência do Irã tentou concretizar um plano para assassinar um opositor árabe iraniano em solo dinamarquês.
Um cidadão norueguês de ascendência iraniana foi preso na Suécia em 21 de outubro por sua ligação com o complô e extraditado para a Dinamarca, informou a polícia sueca.
O norueguês negou as acusações, e Teerã também rejeitou as alegações nesta terça-feira.
O ataque teria como alvo o líder do braço dinamarquês do Movimento da Luta Árabe pela Libertação de Ahvaz (ASMLA), disse o chefe da inteligência dinamarquesa, Finn Borch Andersen.
O ASMLA quer um Estado separado para árabes étnicos do Khuzistão, província produtora de petróleo do sudoeste do Irã.
"Estamos lidando com uma agência de inteligência iraniana planejando um ataque em solo dinamarquês. Obviamente não podemos e não iremos aceitá-lo", disse Andersen em uma coletiva de imprensa.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Bahram Qasemi, refutou as acusações. "Isto é uma continuação das tramas de inimigos para prejudicar as relações iranianas com a Europa neste momento crítico", disse ele, segundo uma citação da agência de notícias Tasnim.
Países europeus estão tentando salvar um acordo nuclear assinado pelo Irã e por potências mundiais em 2015 desde que o presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do pacto e retomou sanções contra Teerã.
Andersen disse que o norueguês preso negou em um tribunal as acusações de auxiliar um serviço de inteligência estrangeiro a tramar um assassinato na Dinamarca.
Árabes são uma minoria no Irã, e alguns se consideram sob ocupação persa e buscam independência ou autonomia.
(Por Emil Gjerding Nielson; Reportagem adicional de Stine Jacobsen e Terje Solsvik, em Copenhague, Bozorgmehr Sharafedin, em Londres; e John Irish, em Paris)
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